O vice-presidente do PS Açores considera que a indigitação de José Manuel Bolieiro revela uma "contradição claríssima" do representante da República com o que decidiu em 2020.
"Aquilo que defendemos em 2020 é exatamente o que defendemos hoje. O mesmo não se pode dizer do senhor representante da República, que na declaração que fez evidencia uma contradição claríssima com aquela que foi a sua posição em 2020, quando o PS ganhou as eleições de forma clara e inequívoca", afirma Berto Messias.
O que aconteceu em 2020?
Em 2020, o PS venceu as eleições, sem maioria absoluta, mas foi indigitado como presidente do Governo Regional o líder do PSD, que formou uma coligação pós-eleitoral com o CDS-PP e PPM e assinou acordos de incidência parlamentar com Chega e IL, que lhe garantiam 29 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa dos Açores.
Então, porque é que o representante da República dos Açores não decidiu o mesmo agora?
Pedro Catarino explicou que, "ao contrário do que sucedeu em 2020, não foi formada uma coligação pós-eleitoral" e "não foi firmado nenhum acordo de incidência parlamentar com o objetivo de permitir às forças com maior representação na Assembleia Legislativa alcançar a fasquia dos 29 deputados".
O representante da República para os Açores indigitou na terça-feira o líder social-democrata açoriano e da coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional, na sequência das eleições de 4 de fevereiro.
A coligação venceu as eleições regionais sem maioria absoluta, com 43,56% dos votos, elegendo 26 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa, precisando assim de mais três para ter maioria absoluta.
O PS, que elegeu 23 deputados, e o BE, que elegeu um, já anunciaram que votariam contra um Programa do Governo da coligação.
O Chega, que elegeu cinco deputados, fez depender o seu voto do conteúdo do documento e da composição do executivo, e IL e PAN, que elegeram um deputado cada, remeteram a decisão para depois de conhecerem o documento.