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Protesto dos polícias: partidos pedem respeito pelo período eleitoral

Da direita à esquerda, todos consideram sensata a decisão de suspender o protesto dos polícias até às eleições. Os partidos defendem as reivindicações das forças de segurança, mas sublinham a importância de respeitar o processo eleitoral.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, considerou, nesta quarta-feira, sensato o adiamento dos protestos da GNR e da PSP para depois das legislativas de março, sublinhando que a luta das forças de segurança não deve condicionar o processo eleitoral.

Em plena pré-campanha, os polícias voltar a fazer manchete com a decisão de suspender os protestos até às eleições.

"A maior sensatez era que o Governo resolvesse este problema o mais rapidamente possível. E é óbvio que também é sensato, por parte das forças de segurança, que se manifestem, reivindiquem, mas que não condicionem o processo eleitoral nem possam ter ações que sejam percecionadas como um condicionamento ao processo eleitoral", defendeu.

Já Rui Tavares, do Livre, alertou para o perigo de eventuais aproveitamentos políticos do protesto espontâneo de polícias junto ao Capitólio, em Lisboa, por parte dos que "querem tomar o poder para não mais o largarem"."

“As forças de segurança podem estar a abrir a porta para aproveitamentos políticos daqueles que, na verdade, só lhes interessa as regras da democracia para tomarem o poder e nunca mais o largarem”.

Inês Sousa Real, do PAN, considerou "sensato" o adiamento do protesto da PSP e GNR, alegando que as "justas reivindicações" destes profissionais "não devem ser contaminadas e descredibilizadas".

"O que nos parece mais relevante é que não se quebre o diálogo no sentido das justas revindicações destes profissionais. Sabemos que o episódio que aconteceu junto ao Capitólio (na noite do debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro) não faz jus àquilo que têm vindo a reivindicar, a reclamação do subsídio de risco, mas também o direito à reforma antecipada", disse Inês Sousa Real.

Rui Rocha vai mais longe e teoriza sobre as consequências uma proposta que parece estar muito longe de ver as luz do dia.

"É uma enorme irresponsabilidade aceitar o princípio do direito à greve dos polícias. E perguntam: não há funcionários públicos que fazem greve? Há. Os médicos fazem greve, mas há uma enorme diferença", afirmou Rui Rocha, no Porto.

O assunto saltou para a praça pública quando o Chega inclui a proposta no programa eleitoral às legislativas. André Ventura não está sozinho. O Partido Comunista defende exatamente o mesmo no programa eleitoral