A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve vários apoiantes do Climáximo, esta segunda-feira, por "vários crimes" no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Sem especificar que se trata de ativistas do Climáximo, a PSP informa que a ocorrência aconteceu no Terminal 1, onde oito pessoas, com recurso a tinta vermelha, provocaram "danos em equipamentos" da zona das partidas do aeroporto de Lisboa.
A força de segurança especifica que os danos foram em "dispositivos de controlo de cartões de embarque (e-gates)" e em painéis com informação de voos.
As diligências processuais estão "em curso", acrescenta.
Protesto do Climáximo no aeroporto
Ativistas do movimento Climáximo protestaram, esta segunda-feira, no aeroporto de Lisboa. Os jovens pintaram painéis de informação, afixaram uma faixa e apresentaram panos com frases de protesto.
Para os apoiantes do movimento, avançar com um novo aeroporto (seja a expansão ou a deslocação) “é um crime”.
De acordo com Inês Teles, porta-voz do Climáximo, o “consenso generalizado e debate público" dos partidos sobre o novo aeroporto “torna clara a hipocrisia total".
“Dizem levar a sério a crise climática, mas continuam 100% comprometidos com novos projetos de morte”, refere.
Inês Teles afirma que, em 2023, o aeroporto Humberto Delgado movimentou 33,6 milhões de passageiros, um valor sete vezes superior ao de 1990.
Estes dados apontam para um “crescimento do número de passageiros”, que poderá atingir os 85 milhões em 2050, apresenta.
“A monstruosidade deste número não deixa lugar a dúvidas: isto é uma declaração de guerra contra a vida e põe de parte qualquer hipótese de cumprimento dos cortes de emissões necessários para parar o colapso”, afirma, acrescentando que a "única forma realística de cortar emissões na aviação é reduzir o número de voos."
O Climáximo reforça que, independentemente dos resultados das próximas eleições legislativas, o novo Governo vai continuar “em guerra contra a vida”, uma vez que "nenhum partido apresenta soluções reais para travar o colapso climático.