Luís Montenegro já disse que espera ser chamado pelo Presidente da República para formar Governo. Só depois desse momento é que deve começar a fazer convites para as diversas pastas. Quanto à governabilidade, há um exemplo do passado na cabeça dos dirigentes do PSD.
Luís Montenegro esteve a fazer contas quase até à uma da manhã, e no momento de subir ao palco, pediu responsabilidade à nova Assembleia da República. Tal como Cavaco Silva em 1985, Luís Montenegro não tem um Parlamento de diálogo fácil. Por isso, é preciso encontrar nomes politicamente fortes para a ligação entre o novo Governo e os partidos.
Hugo Soares é secretário-geral do PSD, muito próximo do líder e já teve uma curta passagem pela liderança da bancada parlamentar. Há quem, entre os sociais-democratas, acredite que pode voltar ao lugar ou ter um lugar de relevo no novo executivo. Mas ainda não há decisões tomadas e Montenegro só deve começar a fazer convites depois de ser formalmente indigitado primeiro-ministro.
Também como o governo de 1985, o de 2024 pode não conseguir chegar ao fim da legislatura, e esse até parece ser o cenário que a Aliança Democrática acredita trazer mais vantagens. Se Montenegro cair como Cavaco caiu, uma maioria mais confortável pode aparecer nas eleições seguintes.
Mas até lá, o novo Governo deve começar a tentar aprovar medidas na área da educação, saúde e segurança interna, forçando o parlamento a tomar posição sobre muitas delas.