A resposta chegou cerca de cinco horas depois, mas o tom cordial mantém-se. O primeiro-ministro respondeu à carta, enviada esta segunda-feira, pelo secretário-geral do PS começou por destacar que a mesma confirma “a declaração pública de disponibilidade do PS”.
Essa disponibilidade de que fala Montenegro prende-se com “apoiar a valorização de carreiras e salários dos trabalhadores da Administração Pública, em especial os por si mencionados". E quais foram os funcionários do Estado referidos por Pedro Nuno Santos? Os profissionais de saúde (todos e não apenas os médicos), as forças de segurança, os oficiais de justiça e os professores.
“A disponibilidade do PS para firmar um acordo que salvaguarde as soluções legislativas que executem essas orientações, constitui um exercício de responsabilidade política e compromisso, que saúdo democraticamente”, afirma o chefe do Governo.
Quanto ao prazo de 60 dias sugerido pelo socialista, Luís Montenegro assegura que “oportunamente agendaremos uma reunião de trabalho (…), o que deverá acontecer na sequências das negociações com as organizações representativas dos trabalhadores”.
Porém, refere o primeiro-ministro dirigindo-se diretamente a Pedro Nuno Santos, “como sabe, até pela experiência infrutífera nesse domínio dos últimos governos, tais negociações revestem-se de elevada complexidade”, apesar de o Governo, conclui, estar “fortemente empenhado em superar todas as dificuldades com a máxima rapidez”.
Leia na íntegra a resposta a Pedro Nuno Santos:
E Pedro Nuno Santos, o que escreveu?
Na carta ao primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos reiterou “o interesse do Partido Socialista em trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções”.
Soluções essas que, escreveu, podem passar, “se necessário em sede de orçamento retificativo”, e que abrangem, diz, “um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político e partidário", já manifestado, sublinha, durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas.
Em causa está, destacou Pedro Nuno Santos, “a valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da Administração Pública, em especial dos profissionais de saúde (de todos, não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores”.
Concretamente, em relação aos professores, o socialista disse que o partido está disponível “para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, bem como uma revisão da carreira docente que permita reduzir o hiato entre os índices remuneratórios do início e do fim da carreira, de forma a torná-la mais atrativa”.
Porém, escreve, “a disponibilidade do Partido Socialista para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”.
“Estou certo de que será possível trabalhar no sentido de construir esse acordo num prazo de 60 dias, por forma a resolver a situação destes profissionais da Administração Pública ainda antes do fim do período de funcionamento da Assembleia da República, em julho deste ano”, concluiu Pedro Nuno Santos.