O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, afirma que é o único responsável no processo do fabrico de máscaras cirúrgicas, para dar resposta à pandemia de Covid-19. A autarquia de Cascais está, esta quarta-feira, a ser alvo de buscas, num inquérito relacionado com uma fábrica criada para a produção de máscaras distribuídas à população, em 2020.
Em declarações aos jornalistas, esta tarde, Carlos Carreiras adiantou que estão a decorrer buscas, também “nos meios informáticos”, em quatro locais do município: “nos Paços do Concelho, no edifício São José, no chamado Cascais Center e na empresa municipal que, na altura, geriu o processo da fabricação das máscaras”.
O autarca referiu também que as autoridades lhes pediram o telemóvel. “Prontamente entreguei e já me foi devolvido”, acrescentou.
A investigação em causa visa o Executivo que o social-democrata Miguel Pinto Luz, agora ministro das Infraestruturas e da Habitação, integrou, enquanto vice-presidente, entre 2011 e janeiro deste ano, altura em que suspendeu o mandato para se candidatar às eleições legislativas pela Aliança Democrática como cabeça de lista por Faro.
No entanto, em declarações aos jornalistas, Carlos Carreiras desassocia Pinto Luz de todo este processo.
“Zero. Sobre essa matéria o único responsável que há sou eu. Não há mais nenhum”, garantiu.
Segundo o Expresso, não há, até ao momento, arguidos no caso.
A Câmara Municipal de Cascais, no distrito de Lisboa, lançou, em junho de 2020, a produção própria de máscaras destinadas à população. Uma unidade de produção foi criada num antigo armazém, num investimento de 500 mil euros e numa altura em que foram aliviadas as regras para a contratação pública para fazer face ao impacto da pandemia.
A Câmara liderada por Carlos Carreiras disponibilizou 400 dispensadores com máscaras pelo concelho e distribuiu gratuitamente aos utilizadores de transportes públicos, onde este equipamento era de uso obrigatório na sequência das medidas de prevenção da Covid-19.