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Ventura espera que casos e casinhos não se repitam no Governo PSD, “como aconteceu com o PS”

O presidente do Chega censurou o caso que envolve Patrícia Dantas, que seria a adjunta do ministro das Finanças. André Ventura critica também o Programa de Estabilidade e admite apresentar um voto de rejeição.

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André Ventura afirma que o caso da adjunta do ministro das Finanças, Patrícia Dantas, era “desnecessário” e coloca em causa a credibilidade da política.

Patrícia Dantas, ex-deputada do PSD que tinha sido designada para o cargo de adjunta do novo ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu, esta terça-feira, não assumir as funções. Em causa está um processo no qual a ex-deputada do PSD é acusada de um crime de fraude para obtenção de fundos europeus.

Em reação, no Parlamento, esta tarde, o presidente do Chega declarou que o caso coloca "novamente em causa a integridade, a credibilidade e a imagem que os cidadãos têm em relação aos poderes públicos".

"O Governo tem poucos dias e já foi assolado por casos desta natureza. Esperávamos que a entrada em funções de um novo executivo, liberto do peso que o PS tinha posto no aparelho de Estado, trouxesse alguma frescura, mas não", criticou André Ventura.

"Espero que situações como esta não se repitam, (...) como aconteceu durante os governos socialistas", acrescentou.

A ausência de Miranda Sarmento no debate de urgência

Em relação ao debate de urgência de quarta-feira, requerido pelo PS, sobre a real dimensão do desagravamento fiscal que o Governo tenciona fazer este ano, o presidente do Chega afirmou esperar que o Executivo se faça representar pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Se o Governo se fizer representar antes pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, nesse caso o líder do Chega entende que se tratará "de um desrespeito e de um mau começo" por parte do Executivo de Luís Montenegro.

"Espero que o ministro das Finanças esteja presente para explicar aquilo que ele próprio desmentiu num canal de televisão em matéria de alívio fiscal. Espero que tenha a coragem de vir enfrentar as perguntas dos deputados", disse.

O Programa de Estabilidade

O presidente do Chega está também contra o Programa de Estabilidade (PE) 2024-2028 do Governo e admite avançar com um voto de rejeição ao documento. Ventura sugeriu à AD que procure nesta matéria um entendimento com o PS.

De acordo com André Ventura, o Programa de Estabilidade que o Governo entregou no Parlamento, na segunda-feira, "é essencialmente fruto do trabalho do PS e, como tal, o Chega desvincula-se dele, já que sempre o criticou".

"Espero que a AD encontre no PS o seu parceiro para votar este programa e não esteja à espera do voto do Chega", declarou.

Em relação aos votos de rejeição já anunciados pelo Bloco de Esquerda e PCP ao PE apresentado pelo Governo, André Ventura disse que o seu partido ainda não definiu a sua posição face a essas duas iniciativas. E admitiu que o próprio Chega poderá apresentar também um voto de rejeição ao Programa de Estabilidade.