A Plataforma de Sindicatos da PSP e Associações da GNR demarca-se do ultimato feito ao Governo por um movimento inorgânico de polícias. Em entrevista à SIC Notícia, o porta-voz da Plataforma garante que os profissionais das forças de segurança querem evitar protestos e esperam que o Executivo atenda com celeridade às exigências da classe.
Um movimento inorgânico das forças de segurança redigiu uma carta, a que o Expresso teve acesso, onde convoca uma manifestação em frente à Assembleia da República para o dia 25 de abril. No mesmo texto, os redatores ameaçam boicotar eventos de caráter desportivo e cultural.
Na sequência desta notícia, Bruno Pereira, porta-voz da Plataforma de Sindicatos PSP e Associações GNR, coloca a hipótese de que o manifesto possa ter sido redigido por uma única pessoa que "queira apenas alimentar algum desfoque ou a ideia de que possa haver protestos".
Assegura que, para já, os sindicatos ainda não convocaram ações reivindicativas para o futuro e remete uma decisão para depois da reunião com a ministra da Administração Internada, agendada para a próxima segunda-feira.
"Vamos esperar que a ministra venha apresentar e trazer para cima da mesa o respaldo efetivo e consequente das palavras do doutor Luís Montenegro ao longo de semanas de campanha eleitoral", assume.
“Não faz sentido apoiar formas de protesto”
Questionado sobre a posição da Plataforma em relação às ameaças de boicote de eventos e ao protesto agendado para dia 25 de abril, Bruno Pereira garante "que não faz sentido apoiar formas de protesto, quando neste momento o protesto não se coloca em cima da mesa". Acrescenta que os profissionais pretendem chegar a acordo com o Governo de forma que não seja necessário adotar medidas de protesto:
"Espera-se que a palavra dada e o compromisso assumido sejam verdadeiramente honrados e sejam verdadeiramente cumpridos".
Sobre a reunião da próxima semana com a ministra da tutela, o porta-voz entende que as negociações relativas à forma de atribuição do subsídio de missão reclamado pelos militares da PSP e da GNR "não devem ser longas".
Recorda, inclusive, que a Plataforma de Sindicatos PSP e Associações GNR já emitiu um comunicado a dar conta de que "não irá apresentar qualquer tipo de proposta até que seja a ministra e o ministério a fazê-lo".
"Não creio que isso obrigue e exija uma discussão tão eterna, tão prolongada e tão perpétua", sublinha.