O turista morreu em Manteigas, a 2 de outubro do ano passado, em plena crise das horas extraordinárias e das sucessivas falhas das Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), ora por falta de viatura, ora por falta de médico.
O turista que fazia um trilho sentiu-se mal, entrou em paragem cardiorrespiratória numa altura em que a viatura médica de emergência e reanimação estava inoperacional. Aliás, esteve parada um turno inteiro, entre as 14:00 horas e as 20:00 horas. Foram os bombeiros de proximidade a transportar o cidadão britânico para o hospital da Guarda.
A instrução do CODU, centro de orientação de doentes urgentes, foi precisamente que encaminhassem o doente em manobras de reanimação até à Unidade de Saúde da Guarda, a 40 quilómetros de distância, onde já chegou sem em vida.
E foi precisamente este cenário que o regulador da Saúde condenou. Entendeu que foram violadas as regras estabelecidas entre a Unidade local de saúde (ULS) da Guarda e a tutela que garantem o acesso dos utentes aos cuidados de saúde.
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) abriu um processo de contraordenação contra a ULS e enviou a deliberação de 1 de fevereiro, agora divulgada, para o ministério Público e para o ministério agora dirigida por Ana Paula Martins. De caminho, a Entidade Reguladora da Saúde pede expressamente que o Hospital garanta a operacionalidade da VMER em permanência.
A instituição de saúde tem 55 médicos com formação especializada na área, mas tem sido difícil preencher as escalas mensais.
A SIC pediu uma reação à Unidade Local de Saúde da Guarda, mas não obteve resposta.