Paulo Alexandre Sousa é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Sucede a Ana Jorge que, segundo a ministra do Trabalho, desprezou e agravou a crise financeira na instituição e acusou a anterior provedora de ter “tratado com paracetamol, um cancro financeiro”. Conceição Lino, jornalista da SIC, que tem acompanhado o tema no espaço informativo “Essencial”, analisa os últimos sobre as audições parlamentares e o que se poderá esperar do novo provedor.
Conceição Lino diz que apesar da “provedora exonerada dizer que a situação está tranquila, há de facto um problema de receitas na Santa Casa e isso até já existia em 2019, quando foi lançado o projeto de internacionalização, porque com todos os projetos e todas as responsabilidades da Santa Casa, a receita dos jogos são o foco principal das receitas (…) e uma vez que a tendência das receitas do jogo continua a descer, é preciso equilibrar".
Em entrevista na SIC Notícias, Ana Jorge reforçou que as contas estão equilibradas e que a situação é pacífica, mas essa situação não é corroborada pela ministra do Trabalho, Maria do Rosário.
“A ministra foi muito demolidora e nas razões porque fundamentou a exoneração diz que são fundamentos legais que estão previstos (…) podemos dizer, de uma forma breve, que para a ministra, quando Ana Jorge chega à Santa Casa e deteta que há um problema financeiro e uma possível rutura financeira, em maio do ano passado, tomou medidas avulsas e não tinha um plano de reestruturação”, explica a jornalista, na Edição da Manhã da SIC Notícias.
Ana Jorge alega que acalmou a situação na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde havia muita contestação, mas para a ministra não foi feito da melhor maneira, tendo em consideração que as contas da Santa Casa “estão com um problema e há, de facto, um problema de receitas”, sublinha Conceição Lino.
O que esperar do sucessor de Ana Jorge e de uma nova comissão de inquérito
Quanto ao novo provedor, Paulo Alexandre Sousa, a jornalista considera que só o tempo dirá se foi bem escolhido para o cargo, mas que fundamentalmente “é preciso equilibrar estas contas”.
“O provedor tem experiência em património imobiliário, tem experiência também no apoio social, diz a ministra, como vice-presidente da Cruz Vermelha, mas é preciso equilibrar as contas e perceber se há pessoas a mais, não sabemos o que é que vai ser feito”, diz a jornalista.
Sobre a possibilidade de ser criada uma nova comissão de inquérito, Conceição Lino esclarece que teria o objetivo de “apurar mais responsabilidades”, de saber “quem é que está a dizer o quê, com que fundamentos e portanto, será talvez benéfico”.
Contudo, a jornalistas também lembra que “estas pessoas o que disseram continuarão a dizer e que provavelmente serão essas que já foram ouvidas, que serão chamadas para essa comissão”.