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Imigração: Governo vai reforçar ensino de Português Língua Não Materna

O plano de ação para as migrações promete agora fortalecer os meios e rever as regras para o ensino de Português Língua Não Materna. Apesar da falta de meios, professores e alunos estrangeiros dizem que é uma decisão importante.

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O plano para a imigração apresentado na segunda-feira prevê um reforço do ensino do Português Língua Não Materna nas escolas.

Ishan e Angelo são dois dos 370 alunos estrangeiros do Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, em Faro. Um chegou a Portugal há cinco anos, vindo do Nepal, outro da África do Sul há dois anos. Sentiram-se caídos de paraquedas num país cuja língua não entendiam de todo.

“No primeiro ano foi muito difícil, não entendia nada. Estava na aula, o professor dava a matéria mas não entendia nada. Tinha de ir para casa e ver a matéria no Youtube”, conta à SIC Ishan.

Com 13% de estrangeiros, de 32 nacionalidades, esta escola tem reforçado as aulas de Português Língua Não Materna para os casos com maior dificuldade de aprendizagem. Há alunos que chegam a ter oito horas desta disciplina por semana.

“O Português Língua Não Materna dá as bases para que possam perceber alguma coisa e fazermos a integração nas outras disciplinas para poderem acompanhar as aulas. Temos também uma equipa constituída por psicólogo, diretor de turma e tutor que os acompanha e às famílias”, explicou Francisco Soares, do agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa.

A estratégia de reforçar esta disciplina, anunciada agora pelo Governo, vai ser mais um desafio. Francisco Soares reconhece que será precisa alguma “ginástica” em termos de recursos humanos, mas elogia a aposta, acrescentando que servirá para acelerar o processo de integração destes alunos.

Os alunos estrangeiros frequentam também as aulas normais de Português, mas admitem que nos primeiros anos não entendem a matéria.

O plano de ação para as migrações promete agora fortalecer os meios e rever as regras para o ensino de Português Língua Não Materna. Os resultados escolares dos alunos vão também ser monitorizados, com esta disciplina a passar a fazer parte da avaliação externa no 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

O Instituto Camões vai também passar a ter um papel reforçado, por exemplo, com cursos na educação pré-escolar e ensinos básico e secundário, em coordenação com Ministérios da Educação estrangeiros e com as diásporas de língua portuguesa.