Depois do chumbo da proposta da AD, os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública aprovaram a nova tabela para o IRS proposta pelo PS.
A nova tabela de taxas foi aprovada com os votos contra do PSD e do CDS-PP, mas a abstenção do Chega e o voto favorável dos restantes partidos, permitiu a aprovação.
Os partidos que dão apoio ao Governo falam numa situação de "conluio" entre o PS e o Chega, no entanto Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, garante que não houve qualquer tipo de negociação com o Chega.
"Nós não andamos a negociar com o Chega", afirmou Pedro Nuno reforçando "nós não determinamos o sentido de voto dos outros grupos parlamentares".
Para Pedro Nuno a aprovação da proposta do PS deu-se por ser "uma proposta mais justa" do que a do Governo.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PS, disse que o chumbo da novas taxas de IRS propostas pelo PSD e pelo CDS e a aprovação da proposta do PS mostra que há falta diálogo entre os partidos.
"Isto mostra que precisamos de ter um Governo que dialogue mais. Há falta de diálogo", garantiu.
Questionado sobre o chumbo das propostas dos partidos do Governo, Sebastião Bugalho, cabeça de lista da AD às eleições europeias preferiu não responder e remeter-se ao silêncio sobre o assunto.
"Não sou comentador, nem porta-voz do Governo", afirmou.
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, considera que o chumbo da proposta de redução do IRS não é uma derrota do Governo.
Durante as suas declarações, o líder parlamentar acusou o PS e o Chega de serem cúmplices e de desistirem da classe média em Portugal.
Também o líder parlamentar do CDS acusou o PS de hipocrisia. Paulo Núncio afirmou que o Chega “está a ser uma muleta do socialismo” e que é preciso haver consequências.
André Ventura diz que se a proposta de descida do IRS foi aprovada foi por causa do Chega.
Aos jornalistas, o presidente do partido disse que a proposta da AD não fazia sentido e acusou o Governo de muitos lamentos.
Em reação no parlamento à aprovação da proposta do PS que reduz taxas do IRS até ao 6.º escalão, a Iniciativa Liberal, por Rui Rocha, criticou o que diz ser uma "tensão artificial" promovida por PS, PSD e CDS em torno de propostas com diferenças de "dois ou três euros por mês".
O Bloco de Esquerda, pela deputada Joana Mortágua, afirmou que esta é a confirmação de que o Governo "reservou o choque fiscal para o desconto fiscal para as grandes empresas, para a distribuição, para a banca e apenas uma pequenina parte desse ajustamento para os impostos sobre quem trabalha".
Para o Livre a proposta de redução do IRS da AD era frágil. O deputado Jorge Pinto garantiu que o partido escolheu a proposta que oferecia maior progressividade.
Também o PCP considerou a proposta do PS a mais justa. Para Paula Santos a que foi apresentada pelo PSD e CDS apenas favorecia quem tem rendimentos mais elevados.