O antigo ministro Manuel Pinho começou por fazer um leque variado de agradecimentos, incluindo aos jornalistas, para depois declarar que: “Nós vamos recorrer".

"A sentença não tem nada a ver com o que se passou no tribunal" e disse resulta da "necessidade de evitar um terramoto na Justiça”

"Tenho total consciência de que não cometi nenhum crime"

À saída do tribunal, o advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, afirmou em declarações aos jornalistas que vão recorrer da condenação a seis anos e três meses de prisão.

“A pessoa que conheci há 10 anos não existe”, declarou, sustentando que “o foco do recurso é a dignidade humana”.

• Manuel Pinho condenado a 10 anos de prisão efetiva por corrupção, fraude fiscal e branqueamento;
• Ricardo Salgado condenado a 6 anos e 3 meses por corrupção e branqueamento;
• Alexandra Pinho condenada a 4 anos e 8 meses suspensa na execução

Juíza destaca que o modus operandi dos arguidos “não é uma atividade rudimentar” e que a “motivação” de ambos “era de cariz estritamente económico”.

Neste sentido, afirma a juíza, “a conduta de Manuel Pinho é altamente censurável”.

E uma vez que “os crimes não estão prescritos”, Manuel Pinho vai ser condenado por corrupção e Ricardo Salgado por corrupção ativa.

“A corrupção é um fenómeno antigo mas numa época em que corrupção desenfreada protagonizada por elites tem de ser objeto de preocupação (…) essa gravidade sai acrescida, porque a maioria dos factos ocorreram no seio do Governo”, pelo que “competia a Manuel Pinho zelar pelos interesses públicos”.