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Caso Gémeas: Presidente da CPI diz que Lacerda Sales ser arguido no dia em que estava previsto ser ouvido é "estranha coincidência"

O ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales era para ser ouvido esta quinta-feira, mas pediu para a adiar, alegando motivos profissionais para não estar presente.

António Lacerda Sales
António Lacerda Sales
MIGUEL A. LOPES/Lusa

O presidente da comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma considerou esta quinta-feira ser "uma estranha coincidência" que Lacerda Sales seja constituído arguido no dia em que estava previsto ser ouvido no parlamento.

"É uma estranha coincidência que no dia original em que ele era para ser ouvido pela comissão é o dia em que sabemos que ele é constituído arguido", disse à agência Lusa Rui Paulo Sousa (Chega), referindo que só teve conhecimento da situação pelas notícias.

O ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales era para ser ouvido esta quinta-feira, mas pediu para a adiar, alegando motivos profissionais para não estar presente.

O antigo governante foi constituído arguido na segunda-feira no âmbito da investigação ao caso das gémeas que foram tratadas no Hospital Santa Maria, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, a casa do ex-governante, em Leiria, foi alvo de buscas judiciárias na segunda-feira.

No âmbito do mesmo processo, a Polícia Judiciária (PJ) está esta quinta-feira a fazer buscas em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde (uma delas o Hospital Santa Maria) e em instalações da Segurança Social.

Em causa está o tratamento hospitalar de duas crianças gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros.

O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.