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Mãe das gémeas admite vir a Portugal se for chamada à comissão de inquérito

A mãe das gémeas admite vir a Portugal se for chamada à comissão parlamentar de inquérito, abdicando da possibilidade de testemunhar à distância.

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No dia em que a Polícia Judiciária (PJ) fez buscas no Hospital Santa Maria, no Ministério da Saúde e no Instituto da Segurança Social no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em Portugal, a SIC sabe que a mãe das meninas está disponível para vir a Portugal para testemunhar na comissão parlamentar de inquérito.

“Ela quer ter a oportunidade de poder falar e transmitir aos órgãos oficiais e aos deputados os factos reais, do ponto de vista dela, da história. (…) Temos todo o interesse do mundo que este assunto seja investigado a sério”, disse à SIC o advogado Wilson Bicalho, aproveitando para garantir que “as consultas não foram marcadas por cunha mas pelos próprios médicos”.

Entrentanto soube-se que o ex-secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, principal visado na investigação foi constituído arguido há poucos dias.

Há suspeitas de alegado favorecimento de um tratamento de quatro milhões de euros às duas crianças para atriofia muscular espinhal. No que diz respeito a crimes, estamos a falar de tráfico de influências, abuso de poder e prevaricação.

Em causa, recorde-se, está o tratamento hospitalar das gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma.

O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.