O nível vai baixando para mínimos históricos, resta já pouco mais do que volume morto na barragem que serve os agricultores de Silves. Começaram a regar quando se soube que ia haver mais água. Mas, entre reuniões e anúncios políticos, dois meses passaram e ainda nenhuma gota da água prometida chegou à barragem do Arade.
“Estamos a ficar sem água e precisamos de uma reposta urgente porque se não acontecer nos próximos dias poderá haver aqui um grave problema que é faltar água aos nossos agricultores”, avisa João Garcia, da Associação de Regantes de Silves.
Contam com cinco hectómetros cúbicos, que hão-de ser cedidos pela barragem a montante, destinada ao consumo urbano. Mas, com a rega em curso, os regantes ainda nem sabem se vão ter toda essa água, nem quando.
“Quanto mais tarde fizerem esta transferência, pior será a qualidade da água que vamos dar aos nossos agricultores”, alerta João Garcia.
A transferência é feita a céu aberto pelo leito de uma ribeira seca, normalmente, uns meses antes da campanha de rega, de forma a ter tempo para assentar os sedimentos.
“Todos os dias falamos e ouvimos os nossos agricultores e todos fazem essa pergunta o porquê de levar tanto tempo, se a decisão está tomada, se toda a gente sabe que a transferência vai ser. Porque é que está a levar tanto tempo é uma pergunta que se calhar o Governo vai ter de responder”, diz.
Apesar do alívio das restrições ter sido aprovado na última semana em Conselho de Ministros, os citricultores ainda aguardam a publicação em Diário da República para saber que água lhes será confiada.