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Barragem do Arade só tem água para 30 dias, citricultores pedem urgência ao Governo

Os citricultores de Silves pedem urgência na implementação do alívio às restrições de consumo de água decididas pelo Governo. Estão há dois meses à espera que chegue água à barragem e temem que a transferência tardia possa estragar os sistemas de rega.

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O nível vai baixando para mínimos históricos, resta já pouco mais do que volume morto na barragem que serve os agricultores de Silves. Começaram a regar quando se soube que ia haver mais água. Mas, entre reuniões e anúncios políticos, dois meses passaram e ainda nenhuma gota da água prometida chegou à barragem do Arade.

“Estamos a ficar sem água e precisamos de uma reposta urgente porque se não acontecer nos próximos dias poderá haver aqui um grave problema que é faltar água aos nossos agricultores”, avisa João Garcia, da Associação de Regantes de Silves.

Contam com cinco hectómetros cúbicos, que hão-de ser cedidos pela barragem a montante, destinada ao consumo urbano. Mas, com a rega em curso, os regantes ainda nem sabem se vão ter toda essa água, nem quando.

Quanto mais tarde fizerem esta transferência, pior será a qualidade da água que vamos dar aos nossos agricultores”, alerta João Garcia.

A transferência é feita a céu aberto pelo leito de uma ribeira seca, normalmente, uns meses antes da campanha de rega, de forma a ter tempo para assentar os sedimentos.

“Todos os dias falamos e ouvimos os nossos agricultores e todos fazem essa pergunta o porquê de levar tanto tempo, se a decisão está tomada, se toda a gente sabe que a transferência vai ser. Porque é que está a levar tanto tempo é uma pergunta que se calhar o Governo vai ter de responder”, diz.

Apesar do alívio das restrições ter sido aprovado na última semana em Conselho de Ministros, os citricultores ainda aguardam a publicação em Diário da República para saber que água lhes será confiada.