O aumento de 1,6 vezes na última década do consumo de antidepressivos levou a que no ano passado tenham sido vendidas pelas farmácias um total de 12 milhões de embalagens. Uma subida acentuada que em 2013 se cifrava em pouco mais de 6 milhões anualmente. São ao todo 33 mil caixas por dia.
De acordo com o Jornal Expresso, se a estes números somarmos os dos ansiolíticos, dos sedativos e dos hipnóticos são mais 10 milhões de embalagens apesar de nestes até ter havido um ligeiro decréscimo. Já os antipsicóticos usados normalmente no tratamento de doenças mais graves como a esquizofrenia e distúrbio bipolar também subiram consideravelmente para 5 milhões de embalagens anuais.
Tudo somado, a área da saúde mental regista em Portugal uma prevalência elevada, nomeadamente no que diz respeito à depressão e à ansiedade. Um reflexo também de uma maior consciencialização e procura de ajuda por parte de quem sofre destes tipos comuns de problemas da saúde mental.
Nos cuidados de saúde primários, local onde este tipo de fármacos são mais prescritos, nem tudo é um bom sinal. Nalguns casos há excesso de prescrição por falta de outro tipo de respostas.
Em casos ligeiros a psicoterapia devia ser a primeira linha de atuação, mas a falta de clínicos a fazer este trabalho nomeadamente no serviço nacional de saúde impede que muitos pacientes sejam encaminhados para essa opção acabando por o recurso aos fármacos ser a única alternativa.
Alguns dos fármacos comportam risco elevado de dependência mas vários fatores acabam por levar a que os tratamentos se prolonguem no tempo e em vez de poucos meses haja pacientes que os tomam há vários anos.