Sem hesitações, o líder do Chega afirmou, ao final da manhã desta sexta-feira no Parlamento, que António Costa “é uma má escolha para a Europa e para o Mundo”.
"Não podemos compreender como é que se António Costa era uma má escolha para Portugal pode agora ser uma boa escolha para a Europa, e sendo presidente do Conselho Europeu para o Mundo. Nós estamos nos antípodas de pensamento de António Costa no que ele entende ser a luta contra a corrupção, na defesa de uma Europa com fronteiras e não completamente descontrolada de imigração, numa Europa de política de segurança comum forte e não fraca, e nesse sentido não podíamos estar mais distantes de António Costa sobre aquilo que devia ser o projeto europeu", elencou André Ventura.
Lembrando “os grandes embates na Assembleia [da República] entre Direita e Esquerda na anterior legislatura” em matéria de segurança e justiça, Ventura classificou de “contra senso que partidos antissocialistas - como os liberais e sociais-democratas - hoje apoiem António Costa para o Conselho Europeu”.
O que, vincou, o Chega e a família política europeia à qual pertence - o Identidade e Democracia (ID) - não fará: “Nós não apoiaremos".
Apesar desta posição, André Ventura saudou “como cidadão, como português” António Costa e desejou-lhe “pessoalmente e não politicamente as maiores felicidades no desempenho do cargo”.
António Costa eleito para mandato de dois anos e meio
O ex-primeiro-ministro português foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio que assumirá a 1 de dezembro.
Após a demissão na sequência de investigações judiciais, António Costa foi escolhido para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado do bloco europeu, numa nomeação feita por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).
António Costa é o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, para além de, também pela primeira vez, os líderes europeus terem escolhido para presidente um nome que não estava na sala.