Luís Montenegro, primeiro-ministro, garante a António Costa, presidente do Conselho Europeu indigitado, "total colaboração e cooperação" no exercício de funções e realça que o ex-primeiro ministro foi eleito com o "apoio esmagador" da instituição da União Europeia. Já António Costa, que quer "honrar" o apoio dos portugueses, promete trabalhar para o "consenso" dos 27 Estados-membro.
O atual primeiro-ministro e António Costa falaram esta segunda-feira aos jornalistas, numa declaração sem direito a perguntas e respostas dos jornalistas, antes de um almoço na residência oficial em São Bento, quatro dias depois de António Costa ter sido eleito presidente do Conselho Europeu.
O atual primeiro-ministro realça que António Costa recebeu "confiança esmagadora" entre os líderes dos 27 Estados-membros para uma função "de elevada exigência".
"Pela parte do Governo português, a disponibilidade para a colaboração e cooperação será total, sabendo que não é nem mais nem menos do que se espera para os restantes 26 Estados-membros", afirma.
Luís Montenegro explica que Portugal tem uma "agenda muito exigente" pela frente, com uma possível negociação de uma quadro plurianual financeiro, novos processos de financiamento e um "objetivo estratégico" na política da água.
Ainda na mesma declaração, realça a "importância" da segurança e defesa. Nesse sentido, garante que Portugal está "empenhado" em garantir ajuda à Ucrânia e a dar "contributos positivos" para o Médio Oriente. Montenegro refere também que quer aprofundar relações com outras geografias, como os EUA, América do Sul, África, Índia, Sudeste Asiático e China.
A eleição de António Costa para um "cargo importantíssimo" é um "motivo de orgulho e satisfação", aponta o atual primeiro-ministro.
Luís Montenegro deseja a António Costa "muitas felicidades" e "bom trabalho" no exercício das funções de presidente do Conselho Europeu.
"Dr. António Costa, muitos parabéns pela designação que foi alcançada com o apoio esmagador do Conselho Europeu, muitas felicidade para o exercício da função. Conte sempre com o Governo de Portugal", remata.

Costa promete trabalhar para "consenso alargado" dos 27 Estados-membros
António Costa, que falou a seguir ao atual primeiro-ministro, garante que vai trabalhar para um "consenso alargado dos 27" Estados-membros. A Portugal promete "disponibilidade e atenção".
Diz estar focado na "principal missão": a união dos 27 e executar a agenda estratégica do Conselho Europeu.
"Pode contar com toda a disponibilidade, colaboração e atenção", promete, acrescentando, em jeito de brincadeira, que Portugal tem a vantagem de ter um "interlocutor que fala a mesma língua".
Costa agradece ainda ao atual chefe de Governo o "apoio e empenho para que a eleição fosse possível" e ao ministro dos Negócios Estrangeiros.
O presidente do Conselho Europeu indigitado espera "honrar" a confiança de Portugal.

Costa eleito presidente do Conselho Europeu
O ex-primeiro-ministro António Costa foi eleito na quinta-feira à noite presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio. Toma posse no dia 1 de dezembro.
António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, e vai suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia.
Primeiro-ministro de Portugal entre novembro de 2015 e abril de 2024, António Costa chefiou três governos, o último dos quais (2022/2024) com maioria absoluta do PS no Parlamento. Demitiu-se das funções de primeiro-ministro no dia 7 de novembro de 2023, depois de a Procuradoria-Geral da República, através de um comunicado, ter referido que estava a ser investigado no âmbito da chamada Operação Influencer.
No Conselho Europeu de quinta-feira, os líderes dos 27 Estados-membros propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.