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"Prioridades trocadas” ou “irresponsabilidade”? As críticas de Ventura e Mortágua à resposta à imigração

No mesmo dia em que o Bloco de Esquerda ouviu as preocupações das associações de imigrantes, o Chega visitou o antigo Hospital Militar de Belém, que deverá ser transformado num centro de acolhimento temporário.

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Nas paredes do edifício está pendurada a promessa de transformar o espaço numa resposta social para idosos e crianças. E pendurada deverá continuar. Para já, o antigo Hospital Militar de Belém vai ser, temporariamente, um centro de acolhimento de imigrantes em situação de sem-abrigo em Lisboa.

André Ventura afirma que esta decisão é a prova de que Luís Montenegro e Carlos Moedas são o exemplo de um país de prioridades trocadas.

Ventura queixa-se da ajuda que está a ser dada a quem vem de fora. Já as associações de imigrantes queixam-se da ajuda que não chega de dentro.

As organizações estiveram reunidas com o Bloco de Esquerda, para pedir que seja revertida a decisão de acabar com o regime das “manifestações de interesse” que permitia aos cidadãos estrangeiros obter uma autorização de residência.

“O Governo está a responder à pressão do Chega e à pressão da extrema-direita", declara Flora Silva, da associação “Olho Vivo”, que fala em “racismo” e “xenofobia”.

Larissa Nicolosi, da associação “Renovar a Mouraria”, sublinha que são necessários “mais recursos” para responder aos problemas na imigração, em vez de culpabilizar os migrantes pela má-gestão dos processos feita pelo agora extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Mariana Mortágua considera que o verdadeiro problema é administrativo e pede um reforço de meios para a Agência para a Integração Migrações e Asilo – que considera ser uma “boa ideia” com uma “execução desastrosa”, falando em “irresponsabilidade” do anterior Governo.

A coordenadora do Bloco afirma que o Executivo está a brincar com a vida de milhares de pessoas e a alimentar as máfias do tráfico humano. O partido levou a votação, na Assembleia da República, uma proposta que pede o regresso do regime da “manifestação de interesse”, que acabou chumbada.