O Algarve vai ver nascer pelo menos 20 novos hotéis nos próximos três anos e há cada vez mais marcas de luxo a investir na região. Ambientalistas e empresários deixam avisos para não sobrecarregar o destino e garantir condições a quem o visita, mas também a quem nele habita.
5,13 milhões de hóspedes, foi este o número que, em 2023, valeu ao Algarve um novo recorde no turismo. O "boom" de investimentos já anunciados é a prova de que os gigantes da hotelaria estão de olhos postos na região, o que muito agrada os empresários.
A maioria dos empreendimentos não passa ainda de terrenos semitrabalhados e algumas vedações, como é o caso do hotel "Hard Rock Algarve", em Alvor. O projeto, do grupo Mercant, deverá contar com 275 quartos, 150 apartamentos e 3 piscinas ‒ tudo isto a poucos metros da praia do Vau.
Estão previstos mais dois projetos na mesma zona: um hotel de 363 quartos, do renomado grupo Hilton, com abertura marcada para 2026; e outro empreendimento junto à praia João de Arens, composto por três hotéis, que tem sido alvo de contestação nos últimos anos devido à proximidade com as falésias.
No concelho de Portimão são esperados à volta de 13 empreendimentos de 4 e 5 estrelas, o que significa cerca de 3.400 quartos a mais.
Também foram investidos 107,8 milhões de euros em Lagos para a abertura de dois hotéis Hilton, nas traseiras da antiga estação de comboios. Uma aposta em grande no setor, mas que convida a refletir.
Ao aumento dos consumos junta-se agora uma outra preocupação: o alojamento para os trabalhadores que sustentam o setor em época alta.
É difícil afirmar quantos destes projetos vão realmente concretizar-se em tempo útil, até porque alguns ainda aguardam licenciamento. A avançarem como previsto, o Algarve poderá ver nascer mais de duas dezenas de hotéis nos próximos três anos.