País

Constrangimentos nas urgências de Obstetrícia e Ginecologia podem piorar (ainda mais) na próxima semana

As urgências de Obstetrícia e Ginecologia de alguns hospitais da Grande Lisboa vão estar condicionadas ou encerradas até ao fim da semana porque faltam médicos. Mas, na próxima semana, o cenário pode piorar porque há uma greve.

Loading...

A greve geral dos médicos agendada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) para a próxima semana durará 2 dias, mas o protesto vai ter outras expressões.

"Vai anunciar uma greve que vai acontecer nos dias 23 e 24 de julho para todos os médicos e iniciamos, também no dia 23, uma greve ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários que se vai prolongar durante o mês de agosto. Estamos, também, a fazer um apelo para que os médicos entreguem as escusas para não fazerem mais trabalho extraordinário para além daquele a que legalmente estão obrigado", explica Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.

Um dos problemas mais prementes prende-se com as urgências e em particular com as de Obstetrícia e ginecologia. As da Grande Lisboa, por exemplo, poderão ressentir-se esta semana porque faltam médicos para preencher as escalas, não só por causa das férias, mas também pela falta de recursos humanos.

"Uma grávida não saber onde o seu filho vai nascer é sempre complicado, embora agora já não haja necessidade de andar de hospital em hospital. (...) O meu apelo é para que quem nos governa rapidamente discuta a grelha salarial, as condições de trabalho, a questão dos concursos", diz Maria João Tiago do Sindicato Independente dos Médicos.

"Não é só na questão de ginecologia e obstetrícia, e não é só em Lisboa e Vale do Tejo, temos também a questão da pediatria no Algarve e Viseu, temos ainda uma urgência de cirurgia geral no hospital de Mirandela que continua encerrada. Isto reflete a falta de médicos e a solução deste ministério é continuar a encerrar serviços em que sobretudo crianças e grávidas têm de se deslocar muitos quilómetros para serem atendidos", acrescenta Joana Bordalo e Sá.

A FNAM já não participa no processo negocial com a ministra Ana Paula Martins, por entender que o calendário do protocolo não é o desejável para os médicos.

Na quarta-feira enquanto o Sindicato Independente dos Médicos se reúne com a tutela com quem ainda mantém negociações, a Federação de Sindicatos dos Médicos participa numa comissão parlamentar para falar das urgências em geral.