País

Na rua ouvem-se críticas à Justiça, portugueses dizem que peca (cada vez mais) pela lentidão

É o primeiro dia de férias judiciais, mas os dados do estudo do Instituto de Políticas Públicas não dão para descontrair. Quem chega ao Tribunal de Matosinhos não tem duvidas de que o estado da Justiça portuguesa peca, cada vez mais, pela lentidão.

Loading...

Na rua, também se ouvem críticas ao funcionamento da Justiça. Esta terça-feira de manhã, junto ao Tribunal de Matosinhos, os portugueses ouvidos pela SIC criticam os atrasos e lentidão da Justiça e atribuem a culpa à falta de pessoal nos tribunais.

É o primeiro dia de férias judiciais, mas os dados do estudo do Instituto de Políticas Públicas não dão para descontrair. Quem chega ao Tribunal de Matosinhos não tem duvidas de que o estado da Justiça portuguesa peca, cada vez mais, pela lentidão.

Uma justiça que muitos dizem não ser justa, com custos e tempos de espera acrescidos, que também afeta quem depende dela para trabalhar.

Perante uma justiça incerta, há quem se arrisque justificar que os problemas se devem à falta de recursos humanos.

Das mais de 1.200 pessoas inquiridas, a lentidão e pouca eficácia na Justiça são os principais problemas de um sistema, onde os mais pobres e minorias são os mais afetados.

Porque é que os portugueses não confiam na Justiça? 

Um novo inquérito aponta que a grande maioria dos portugueses considera que a Justiça não funciona bem, uma opinião que pode estar a ser influenciada pela "contaminação mediática" de alguns casos.

Um inquérito feito pelo Instituto de Políticas Públicas e Sociais (IPPS) do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, tornado público esta terça-feira, totalmente vocacionado para o sistema de Justiça, dá conta que grande parte dos cidadãos portugueses considera que a Justiça funciona "mal" ou "muito mal".

Entre os inquiridos que avaliam negativamente a Justiça, a maior responsabilidade é atribuída aos juízes, procuradores e governos, numa escala que coloca os "cidadãos em geral" como os menos culpados dos problemas.

Numa avaliação mais detalhada ao sistema de Justiça, as considerações "menos positivas concentram-se no desempenho geral do sistema, incluindo rapidez, eficácia e eficiência".

A maioria dos inquiridos considera que os juízes e procuradores são vulneráveis e cedem a pressões com "muita" ou "alguma frequência" por parte da comunicação social (66%), grupos económicos e sociais (64%), do Governo (60%), dos partidos da oposição (57%) e dos Presidentes da República (57%).

Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (MP) lembra que o novo estudo diz respeito a perceções e não à realidade e que a desconfiança dos portugueses resulta da onda de críticas que se têm ouvido nos últimos meses. Já a Associação Sindical dos Juízes defende que os resultados do estudo são influenciados pelas críticas recentes aos processos mais mediáticos.