Os médicos estão em greve esta terça e quarta-feira. Os profissionais exigem a revisão das grelhas salariais e o regresso às 35 horas de trabalho semanais.
A par desta paralisação, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), começa também uma greve ao trabalho suplementar nos centros de saúde e pode haver constrangimentos nos serviços. O impacto é sobretudo nas consultas externas e nas cirurgias programadas. A paralisação ao trabalho suplementar mantém-se até 31 de agosto.
“Não estamos aqui para inventar a roda, mas para exigir direitos que nós já tivemos e que perdemos: 35 horas de trabalho por semana, o regresso da dedicação exclusiva opcional e majorada, o reintegramento do internato na carreira médica”, aponta André Gomes, médico de saúde pública.
No Porto, a FNAM diz que a greve paralisou os blocos centrais dos hospitais de São João e Santo António, assim como o IPO. Em Braga, só estão a funcionar duas das 11 salas de operação.
Em Coimbra, à porta do Hospital dos Covões, Carla Silva, da FNAM, reclama que “ao mesmo tempo que é desmantelada” aquela unidade saúde, à volta, "populam hospitais privados".
A Federação Nacional dos Médicos acusa o Governo de não querer negociar soluções para trazer mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde.
“Não podemos iniciar esta discussão apenas em 2025. Ela tem de começar agora, para estar inscrita no Orçamento do Estado”, sustenta Joana Bordalo e Sá, presidente do sindicato.
A greve estende-se até esta quarta-feira. Estão previstos mais condicionamentos nos hospitais e centros de saúde.