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ENTREVISTA SIC NOTÍCIAS

SIM quer Governo a contratar médicos já para evitar fecho de maternidades na Margem Sul do Tejo

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos considera que tem de haver “medidas excecionais” e que o Ministério da Saúde tem de avançar com a contratação imediata de profissionais.

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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirma que o Governo tem de agir já e, como medida excecional, contratar de imediato profissionais, para impedir que não haja qualquer maternidade aberta na Margem Sul do Tejo, durante este fim de semana.

Na SIC Notícias, Nuno Rodrigues, secretário-geral do SIM, sublinhou a preocupação do sindicato com o encerramento das urgências de obstetrícia e ginecologia na Margem Sul até à próxima quarta-feira.

“Isto não pode acontecer”, frisa o sindicalista, que considera que o Executivo tem de resolver o problema.

“Para casos excecionais, tem de haver medidas excecionais”, aponta, declarando que o Governo “ainda vai a tempo” de garantir que, este fim de semana, pelo menos uma maternidade da Margem Sul esteja aberta. E como fazê-lo? “Contratando profissionais.”

"Há o SNS do Norte e o SNS abaixo de Coimbra"

Lembrando que a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi criada para haver uma resposta “como um todo”, Nuno Rodrigues afirma que o que acontece, na realidade, é que há “vários SNS”.

“Há o SNS do Norte e o SNS abaixo de Coimbra”, este último onde os serviços de urgência estão constantemente a ser encerrados.

Nuno Rodrigues aponta como um dos motivos para esta disparidade o facto de o setor privado, na Saúde, ser “extremamente competitivo” na região de Lisboa – e, por isso, os médicos do SNS “fogem” para lá.

Plano de emergência do SNS? “Um problema de comunicação”

Questionado sobre o plano de emergência para a Saúde que tinha sido anunciado pelo Executivo, Nuno Rodrigues considera que houve “um problema de comunicação”.

“Todos nós sabíamos que, em quatro meses, não era possível resolver todos os problemas do SNS”, constata.

Recorde-se que, segundo os dados disponíveis no portal do Serviço Nacional de Saúde, apenas duas das 15 medidas urgentes previstas no Plano de Emergência e Transformação na Saúde estão concluídas.

Quanto a uma eventual demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins – como é defendido pela Federação Nacional dos Médicos -, o SIM diz não acompanhar pedidos deste tipo.

“O SIM é um sindicato independente e acha que as questões políticas, as demissões de políticos, devem ser pedidas pelos partidos políticos”, declarou.