Os bombeiros continuam a combater o incêndio na Madeira. O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas altas, mas não há registo de destruição de casas ou infraestruturas essenciais.
De acordo com a jornalista da SIC, Catarina Terroso, a situação ainda está complicada no Curral das Freiras, Câmara de Lobos, onde o incêndio continua a lavrar com muita intensidade na Fajã dos Cardos, uma zona florestal de difícil acesso.
A única estrada de acesso está encerrada e só moradores e autoridades podem passar.
Os moradores queixam-se de um resgate tardio e dizem que os meios aéreos podiam ter evitado o reacendimento naquela zona, que começou na segunda-feira por volta do meio-dia.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do município de Câmara de Lobos, Leonel Silva, esclarece que o fogo consumiu uma vasta área e gerou "grande preocupação", tendo sido mobilizados muitos meios para proteger a zona residencial.
"No entanto, o fogo não chegou à zona residencial. Esteve a deflagrar toda a noite e hoje de manhã ainda com alguma intensidade, numa zona florestal de difícil acesso por via terrestre. Os operacionais estão a procurar fazer o contacto a partir de um ponto onde possam chegar apeados. Na zona mais a norte, não há acessibilidade terrestre. Se o fogo progredir poderá ser preocupante e poderá atingir os picos mais altos da Madeira, o que será complexo."
Apesar da humidade sentida durante a noite e da redução do vento, não foi possível fazer frente a este incêndio.
O incêndio na Madeira, que deflagrou na passada quarta-feira na Ribeira Brava, já queimou cerca de 7 mil hectares e levou à retirada de mais de 160 pessoas, algumas das quais já começaram a regressar a casa.
A Polícia Judiciária está a investigar o incêndio e suspeita-se que tenha sido fogo posto.
As autoridades madeirenses alertam ainda os turistas para não estarem em locais proibidos.
Catorze percursos pedonais estão encerrados, mas há ainda muitos turistas que continuam a fazer trilhos, tornando-se impossível para os operacionais estarem no terreno a combater os incêndios e ainda à procura dos turistas. O helicóptero que faz o resgate destas pessoas é o mesmo que está a ser utilizado para o combate aos incêndios.