Conheceram-se nos bancos da universidade - ela como professora e ele como aluno de uma licenciatura tardia em economia. Uma década depois, Maria Luís Albuquerque entrava para o Governo de Passos Coelho como secretária de Estado do Tesouro e dois anos mais tarde era a escolhida pelo primeiro-ministro para suceder ao carismático Vítor Gaspar nas Finanças, quando este bateu com a porta.
A escolha de Passos esteve no epicentro de uma crise politica que quase lhe deitava o Governo abaixo, um episódio que ficou conhecido como o irrevogável de Paulo Portas.
O líder do CDS e parceiro de coligação queria Paulo Núncio nas Finanças, apostou todas as fichas nesse braço de ferro, mas acabou por ter de recuar. Maria Luís tornou-se a ministra dos olhos de Passos, tendo cumprido à risca os planos de austeridade da Troika.
Polémicas da TAP ao BES
No currículo ficou com vários negócios mais ou menos polémicos, da venda a preço de saldo do BPN à privatização da TAP e da ANA, e também estava no Terreiro do Paço quando se deu o maior abalo no sistema financeiro português, com a queda e resolução do BES.
Nessa altura, Passos Coelho ponderava indicar Maria Luís Albuquerque para comissária europeia, mas a gravidade do caso levou o primeiro-ministro a optar por Carlos Moedas.
Escolha do atual Governo
O primeiro-ministro Luís Montenegro regressou de férias com um anúncio na bagagem: o nome do futuro comissário ou comissária europeu. Ao final da manhã desta quarta-feira, a partir da residência oficial, o chefe de Governo disse que o sucessor de Elisa Ferreira é
“Queria transmitir às portuguesas e aos portugueses que tomei a decisão, em nome e com o apoio de todo o Governo, de propor Maria Luis Albuquerque para integrar o novo colégio de comissários Europeus em representação de Portugal”