O Plano de Emergência e Transformação na Saúde visa a implementação de 54 medidas urgentes e prioritárias e tem como objetivo rentabilizar a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Foi aprovado em maio e vai agora ser revelado na íntegra, embora parte das medidas já estejam a ser aplicadas.
O Governo quer acabar com a lista de espera de doentes com cancro, incluindo reduzir o tempo de espera de cirurgias. A medida é prioritária e está em curso: a lista de doentes oncológicos que esperam por uma cirurgia fora do tempo recomendado diminuiu para cerca de um terço desde maio. Mas, no final de julho, 1500 doentes continuavam à espera de serem operados.
Grávidas continuam sem saber onde ter bebés
Numa altura em que as urgências de ginecologia e obstetrícia continuam a dar que falar, com uma taxa elevada de serviços encerrados, o Governo criou a Linha SNS Grávida e reforçou parcerias com privados.
As grávidas continuam, no entanto, sem saber onde vão acontecer os partos, por falta de profissionais nas urgências. Só no último fim de semana, a Maternidade Alfredo da Costa, realizou 35 partos e atendeu cerca de trezentas utentes, a maioria de outras áreas de residência.
O reforço organizacional das equipas obstétricas e multidisciplinares de assistência à grávida e ao bebé são prioridade para o Governo,mas isso ainda não se reflete na prática.
Já no que diz respeito à prioridade das consideradas "verdadeiras urgências" e criação de centros de atendimento clínico para situações menos complexas, à semelhança dos SAP, as medidas são dadas como concluídas - mas ainda há muito por afinar no sistema.
A persistente falta de médicos de família
Atualizar os dados dos utentes é uma das medidas em curso, porém ainda faltam médicos de família para abranger toda a população. O Governo tem procurado reforçar a resposta com parcerias no setor privado e social para aliviar o SNS.
A saúde mental é outra das prioridades deste Governo. Já foram contratados cem psicólogos para os cuidados de saúde primários, mas a Ordem dos Psicólogos adverte que o SNS não tem capacidade de respostapara dar apoio ao número crescente de pessoas a pedir ajuda.
A poucas horas de a ministra da Saúde dar a conhecer o ponto da situação do plano de emergência, os dados ainda estão a ser atualizados no portal do SNS.