O empresário da construção não falou à chegada ao Tribunal de Espinho, mas passou todo o primeiro dia de julgamento da Operação Vórtex a dar explicações. Francisco Pessegueiro confirmou, na generalidade, a acusação do Ministério Público, o que incrimina outros dois principais arguidos do processo - Joaquim Pinto Moreira e Miguel Reis, antigos presidentes da Câmara de Espinho.
Pessegueiro garantiu que nunca ofereceu luvas para que os projetos de construção fossem aprovados e que foi sim Pinto Moreira, eleito pelo PSD, a pedir-lhe 50 mil euros para desbloquear as licenças. A defesa de Pessegueiro diz que era uma "taxa de urgência".
Joaquim Pinto Moreira disse que vai explicar tudo “no momento próprio”, mas garante que “nunca” pediu dinheiro a ninguém e “isso será provado em julgamento”.
Miguel Reis, eleito pelo PS e que renunciou à autarquia depois de ser detido durante a investigação, também acusa o empresário de mudar a versão em tribunal:
"Já perceberam que há várias alterações de declarações, eu nunca alterei nenhuma. Foram relatados inúmeros factos de coisas que nunca aconteceram, que estão muito longe da verdade. (…) Nunca pedi dinheiro, trabalhei com centenas de empreiteiros, muitos fizeram questão de ser testemunhas, nunca pedi dinheiro nenhum, seria estranho pedir dinheiro a apenas um empreiteiro, logo um dos mais pequenos".
No banco dos réus estão 13 arguidos, incluindo cinco empresas.
A acusação do Ministério Público diz que os autarcas e funcionários municipais receberam subornos de empresários para favorecer empreendimentos em Espinho.
Francisco Pessegueiro continua a falar aos juízes esta sexta-feira.