O antigo autarca de Espinho, Miguel Reis, está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e de cinco de prevaricação no processo da Operação Vórtex que começa esta quinta-feira a ser julgado.
Além de Miguel Reis, o processo tem mais sete arguidos singulares, entre eles o ex-presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, e cinco empresas.
Esta quinta-feira, na chegada ao tribunal, Miguel Reis disse esperar que "se apure a verdade". "Espero que seja um julgamento justo para todos e que todos digam a verdade", afirmou aos jornalistas.
O ex-autarca fala da existência de testemunhos contraditórios, "várias alterações de declarações", e sublinha a importância de "esclarecer a verdade", uma vez que "foram relatados inúmeros factos de coisas que nunca aconteceram, que estão muito longe da verdade".
Questionado sobre se alguma vez pediu dinheiro a empreiteiros, Miguel Reis diz que trabalhou com "centenas de empreiteiros" e nunca pediu dinheiro a nenhum.
Também o arguido Joaquim Pinto Moreira falou aos jornalistas momentos antes de entrar no Tribunal de Espinho.
"A minha postura sempre foi de total colaboração com a justiça. Estou de consciência absolutamente tranquila", começou por dizer o ex-autarca.
Pinto Moreira diz que agiu "sempre pelo interesse dos espinhenses" e nunca olhou para os seus "interesses pessoais".
A Operação Vórtex centra-se em "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".