Passou mais de um mês e continua detido o antigo deputado e ex-governador do Estado venezuelano de Mérida, Williams Dávila de 73 anos. Em entrevista à SIC Notícias, o filho do preso político conta como aconteceu o sequestro.
“Ele estava a participar numa vigília em Caracas, precisamente pela libertação de presos políticos, e quando abandonava a praça foi abordado por vários veículos não identificados, onde foi obrigado a entrar e foi raptado", explica William Alejandro Dávila, filho do luso-venezuelano sequestrado.
O luso-venezuelano foi detido no dia 8 de Agosto no leste de Caracas. Durante a ação, alegados agentes das forças de segurança fotografaram participantes e jornalistas que faziam a cobertura.
“Alguns dias depois, soubemos que estava no El Helicoide, um centro de detenção e tortura em Caracas. Teve acesso a alguns medicamentos que, vários dias depois, pudemos levar-lhe e no fim de alguns dias, acabou por ir para o hospital", explica.
Durante a entrevista, William Alejandro Dávila apelou ao apoio do Governo Português e relembrou que atualmente “há duas pessoas de nacionalidade portuguesa nesta situação”.
"Peço ao Governo português que não se esqueça destes casos e que disponibilize todo o apoio necessário para os resgatar", explica.
"Liberdade para Williams e para todos os presos políticos"
O partido venezuelano Ação Democrática (AD, oposição) voltou esta segunda-feira a pedir a libertação do preso político, recordando que está detido há um mês.
"Liberdade para Williams e para todos os presos políticos" pede o AD numa mensagem divulgada na rede social X, acompanhada de três fotos de Dávila, que tem nacionalidade portuguesa.
A 9 de agosto, o Governo português exigiu às autoridades venezuelanas "a libertação imediata e incondicional de Williams Dávila Barrios".
Numa declaração na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que "Portugal insiste na libertação dos opositores políticos detidos, na garantia da liberdade de manifestação política e na transparência democrática, em contacto estreito com os Estados da região e com os parceiros da UE".
No texto, Paulo Rangel sublinhou que Dávila tinha sido detido "de modo arbitrário e com saúde precária".
Com Lusa