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Psicólogo Mauro Paulino diz que é preciso "fazer uma avaliação da dinâmica familiar relativamente a esta criança"

Uma criança de 12 anos esfaqueou esta terça-feira seis colegas numa escola na Azambuja. Para o psicólogo clínico Mauro Paulino a situação deve ser comunicada ao Ministério Público e perceber em que contexto familiar é que vive esta criança.

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Esta terça-feira uma criança de 12 anos esfaqueou seis colegas numa escola básica da Azambuja. Para o psicólogo clínico forense, Mauro Paulino, esta situação deve ser comunicada ao Ministério Público para perceber o contexto desta criança. 

“Há um processo que tem de começar rapidamente, ser feita esta comunicação ao Ministério Público para que se perceba que a criança é esta, que família é esta, que ligações ou contextos e dinâmicas já existiam com a escola para percebermos que características estão aqui identificadas como potenciais fatores de risco ou não”, diz o psicólogo. 

De acordo com as autoridades, a criança usava um colete à prova de bala e terá atacado os colegas com uma arma branca. Mauro Paulino explica que é importante perceber se esta situação “decorre de alguma circunstância familiar este tipo de comportamento ou ausência de monitorização significativamente à conduta da criança de como é que conseguiu adquirir um objeto desta natureza que não é de fácil acesso”. 

“É necessário perceber o contexto e fazer uma avaliação da dinâmica familiar relativamente a esta criança (...) é necessário perceber quem são estes cuidadores, de que forma é que isto decorreu e à medida que se for aprofundando determinadas situações ir esclarecendo determinados aspetos”, explica. 

O atacante, aluno na escola e menor de idade, já foi retido pela GNR. De acordo com a agência Lusa está numa sala de aula à espera da chegada da Polícia Judiciária. O psicólgo explica que tendo em conta que se trata de uma criança de 12 anos "não vai haver um processo crime em termos de uma resposta penal, mas há um processo que deve e vai ser certamente iniciado num tribunal de família menor".

“Sendo uma criança de 12 anos não é ainda imputável de razão de idade, ou seja, não vai haver um processo crime em termos de uma resposta penal, mas há um processo que deve e vai ser certamente iniciado num tribunal de família menor, atendendo à idade em que pode haver uma medida tutelar educativa em função da realidade que for identificada e das necessidades que se colocarem neste caso”, explica Mauro. 

O alerta foi dado às 14:14 horas. Para o local foram acionadas cinco ambulâncias dos bombeiros da Azambuja. O INEM acionou a equipa de psicólogos para a escola.