As águas do Rio Vouga mudaram de cor. Resíduos de incêndios, seguidos de chuvas, afetaram a transparência do caudal e começaram a pressionar o sistema de captação do Carvoeiro, em Águeda. A água que entra para tratamento nesta central sai daqui para as torneiras de 320 mil pessoas de 10 concelhos do distrito de Aveiro.
“A captação de água é feita ali no rio Vouga e temos duas formas de captar a água diretamente do rio e depois com uns furos e com uns poços de que existem no leito do rio. Então o que nós fazemos aqui nesta etapa de tratamento é colocar a água igual à que tirámos dos filtros e dos poços que estão no leito do rio”, explica Fausto Vouga, administrador das águas do Vouga.
No início da semana, o Governo mostrou-se preocupado com o impacto dos incêndios no fornecimento de água da rede na região de Aveiro. Quem gere o tratamento garante que pode até ser necessário ajustar a quantidade de água tratada, mas nunca estará em causa a qualidade do abastecimento doméstico.
“Na qualidade da água não tem impacto nenhum porque não está em causa e nunca estará independentemente das medidas que venhamos a montante a qualidade da água que sai desta captação. É muito importante que os Aveirenses tenham noção disso”, diz Joaquim Baptista, presidente da associação de municípios Carvoeiro-Vouga.
Para evitar uma sobrecarga na central de tratamento, os municípios do Carvoeiro-Vouga e a Agência Portuguesa do Ambiente estão a terminar um trabalho de prevenção. Instalaram mais acima no rio Vouga várias estruturas que podem ajudar a filtrar a cinza e a reter os resíduos dos incêndios.