País

Incêndios e temporal destroem produção de castanha em Vila Pouca de Aguiar

Os fogos de setembro já tinham destruído muitos castanheiros, mas, agora, o tempo forte veio derrubar os ouriços das árvores que restavam. Os produtores pedem incentivos à produção.

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Os produtores de castanhas de Vila Pouca de Aguiar queixam-se dos prejuízos. Primeiro, foram os incêndios e, depois, o temporal da última semana a destruir castanheiros e fazer cair castanha antes do tempo.

Mário Borges já tinha perdido mais de 30 castanheiros no fogo que assolou Vila Pouca de Aguiar em setembro. Entretanto, veio o vento forte, que deitou abaixo uma boa parte da produção. Só com ajudas volta a investir numa cultura, que, admite, dá cada vez menos rendimento.

“Isto não dá para sobreviver. Os jovens, cada vez mais, desistem. E os poucos que aqui estão não querem limpar os terrenos, porque não é rentável”, lamenta o produtor de castanhas. “Cada vez vai haver mais incêndios, porque o tempo está cada vez mais alterado e, a cada ano que passa, isto vai ser pior.”

Outro produtor, Amílcar Fontela, sublinha como a castanha era “o ouro” daquela zona, um produto que dava rendimento, o que já não acontece.

As doenças e pragas já há alguns anos que estão a fazer reduzir a produção na Serra da Padrela. Agora somam-se mais prejuízos.

“Os castanheiros já tinham poucos ouriços e o vento veio derrubar uma parte substancial dos que havia”, desabafa Manuel Chaves, produtor de castanhas. “Agora não vale nada.”

Queixa-se da falta de uma “política séria” para combater aquilo que diz ser, hoje, uma “agricultura anémica”.

Por isso, mais do que ajudas por causa das perdas, os agricultores pedem incentivos à produção, para que os campos cultivados continuem a ser um tampão que evite a progressão dos incêndios.