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Empresas de transporte ameaçam suspender passes gratuitos se Governo não pagar dívida

A Associação Nacional de Transportes de Passageiros denuncia que o Estado está atrasado no pagamento de dezenas de milhares de euros às empresas de transportes.

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As empresas de transporte de passageiros ameaçam suspender os passes gratuitos até aos 23 anos. O presidente da ANTROP - Associação Nacional de Transportes de Passageiros, que representa os empresários, afirma que o Estado tem uma dívida de quase 50 milhões de euros.

O Governo propõe o alargamento de medidas para quem anda de transportes públicos. O passe ferroviário verde, com o custo de 20 euros, e o passe social gratuito para todos os jovens até aos 23 anos, mesmo que não sejam estudantes. Mas a Associação Nacional de Transportes Públicos está preocupada. O presidente Luís Cabaço Martins alerta para o risco deste alargamento.

“Com este novo tarifário jovem gratuito, aumentou muitíssimo o esforço financeiro do Estado e isso implica que, se o pagamento não for feito atempadamente, as empresas começam a ter problemas”, expõe.

O presidente da associação garante que, desde janeiro, os operadores têm cumprido as obrigações de serviço público. Mas há um atraso no pagamento das compensações financeiras por parte do Estado: 47 milhões de euros em dívida.

“Dissemos ao Governo que o mês de outubro era decisivo: ou se recuperava o atrasado, ou então não disponibilizaríamos os passes a partir de novembro”, revela o presidente da ANTROP.

Para Luís Cabaço Martins, o valor em falta poderia ser rapidamente pago, sendo o único obstáculo existente o excesso de burocracia.

“É um problema crónico em Portugal, tem a ver com os circuitos burocráticos. O dinheiro existe, esta orçamentado, simplesmente o sistema não funciona”, afirma.

A ANTROP considera a medida dos passes gratuitos eleitoralista e defende que coloca em risco a estabilidade do setor da mobilidade.

A associação garante que suspenderá os passes sociais em novembro, se os pagamentos não forem postos em dia. Ainda assim, ressalva que o Governo ainda vai a tempo de renegociar.