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Referendo à imigração: todos os partidos discordam da proposta do Chega

Após uma tentativa de boicote, todos os partidos pediram a palavra para discordar categoricamente do referendo à imigração, uma proposta que até há bem pouco tempo era utilizada pelo Chega como moeda de troca para viabilizar o Orçamento do Estado.

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O Chega tinha acabado de apresentar a proposta para um referendo à imigração e o silêncio dos outros partidos imperava no Parlamento. Era uma espécie de boicote ao debate sobre o referendo. A tentativa só foi quebrada à última hora por João Almeida, do CDS.

"Todos os temas merecem ser debatidos no Parlamento e, da parte do CDS, não deixaremos nunca que o problema da imigração, com a gravidade que tem, passe como um tema que não pode ser debatido", disse João Almeida, realçando, na direção dos deputados que Chega, que, apesar desta defesa, discorda da proposta.

Na sequência, todos os partidos acabaram por pedir a palavra para discordar categoricamente da realização de um referendo à imigração, uma proposta que até há bem pouco tempo era utilizada pelo Chega como moeda de troca para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

"Tínhamos a expectativa de ver toda a câmara a tratar esta proposta como ela merece ser tratada, que era deixar os proponentes a falar sozinhos", afirmou António Filipe, do PCP, deixando mais farpas ao Chega: “Verificámos que a proposta já perdeu validade como moeda de troca e portanto, hoje em dia, não vale absolutamente nada. (…) Esta proposta é lixo e é como lixo que deve ser tratada.”

Falta de “tratamento urbano” no Parlamento

André Ventura respondeu ao deputado do PCP a afirmar que “aqueles que nos chamaram de lixo são o lixo da história desta casa, da Europa e do Mundo”, o que valeu um reparo do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

“O senhor deputado António Filipe não se referiu aos deputados do Chega como lixo, disse que a proposta era lixo. E o senhor deputado [André Ventura] chamou lixo aos outros deputados. Não me parece que seja o tratamento urbano que merecemos aqui na Assembleia.”