As equipas de intervenção rápida da PSP foram apedrejadas esta madrugada ao tentar entrar no bairro da Cova da Moura, na Amadora. A PSP diz que foram mobilizados todos os agentes das sete esquadras da polícia da Amadora, incluindo das unidades especiais. Um grupo usou um colchão para tentar incendiar um posto de combustível, na estrada que liga Alfragide à Damaia. Os agentes da PSP conseguiram combater de imediato o fogo, com recurso a um extintor. Há também ocorrências noutros pontos da Grande Lisboa. O coronel Francisco Rodrigues, ex-comandante da Unidade de Intervenção da GNR, apela ao regresso à normalidade e afirma que necessário "contribuir para o esclarecimento" e pede "cuidado relativamente às opiniões (...) muitas vezes até um pouco menos esclarecidas sobre alguns assuntos".
Sobre a probabilidade de voltarmos a assistir a cenários idênticos ao longo das próximas noites, nos próximos dias, o especialista em segurança espera que "sejam irrepetíveis".
"Quero acreditar que tendencialmente e espero que a partir do dia de hoje estes mútuos diminuam ou mesmo cessem a bem, acima de tudo, de todas as pessoas que residem no espaço que querem naturalmente fazer a sua vida com tranquilidade e regressar à normalidade do dia a dia", destaca.
Para o coronel Francisco Rodrigues, estamos perante “um conjunto de situações de tumultos civis. Distúrbios que levam naturalmente a que o Estado, no sentido da reposição da ordem pública, intervenha através da sua força territorialmente competente, que é a PSP. Aquilo que temos assistido é, de facto, uma situação inaceitável, quer do ponto de vista criminal, quer do ponto de vista da paz social (...) Não podemos naturalmente levar para a rua essa manifestação de desagrado” em relação à morte de um homem depois de ter sido baleado pela PSP, na Cova da Moura.
Quanto à questão da criminalidade organizada, do fenómeno de gangues juvenis, o ex-comandante da Unidade de Intervenção da GNR lembra que esta é uma questão que não é de agora, mas que estará "na altura do poder político olhar com outros olhos para este fenómeno" que está em crescimento.
"Governo vai ter que refletir sobre de que forma é que vai colmatar este crescimento ou minimizar ou mitigar este crescimento, naturalmente, num trabalho muito próximo, que deve ser com os especialistas das várias áreas, mesmo no âmbito da sociologia, da psicologia, com a intervenção das forças de segurança", sublinha o especialista, em entrevista na SIC Notícias.