O Governo considera histórica a reunião que promoveu esta terça-feira com associações que representam os bairros periféricos de Lisboa. Os representantes das associações estavam à espera de iniciativas concretas de combate ao racismo, que não apareceram.
Sentados à mesa estiveram membros do Governo e 15 associações de bairros periféricos da região de Lisboa.
Foram chamados à sede do poder executivo depois de Odair Moniz ter morrido na sequência de uma ação policial e dos protestos violentos que lhe seguiram.
Sem mais, só este momento fez o Governo falar de história.
"É uma reunião muito rara. Histórica, diria. Foi a primeira vez que estiveram com o Governo a discutir as problemáticas da vida concreta e das dificuldades destas comunidades", disse aos jornalistas o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
A reunião convocada sem uma ordem de trabalhos concreta serviu essencialmente para o Governo ouvir, mas os representantes das associações estavam à espera de mais.
Na reunião, foi pedida a demissão do diretor nacional da PSP e foram criticadas as palavras do primeiro-ministro, que disse que as questões raciais não têm natureza de preocupação em Portugal.
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O Governo prometeu respostas em várias áreas, sobretudo na habitação. No caso concreto que deu origem a esta reunião, prometeu-se escrutínio.
Leitão Amaro lembrou ainda que o Governo criou no início de setembro um grupo de trabalho para definir uma estratégia pedagógica para as forças de segurança. A iniciativa da ministra da Administração interna deve apresentar resultados no final do ano