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Falhas no INEM: oposição questiona competência da ministra da Saúde, PM descarta possível saída

Aumenta a pressão sobre o Governo, o Presidente da República pede urgência na resolução dos problemas relacionados com as falhas na resposta dada pelo INEM. A oposição volta a questionar a competência da ministra da Saúde. Já Luís Montenegro diz que a saída de Ana Paula Martins não está em causa.

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A saúde volta a ser um dossier difícil de gerir politicamente. Para já, o primeiro-ministro vai empurrando responsabilidades para o legado que recebeu de António Costa.

"Não temos a certeza que os os óbitos ocorreram em falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas. Quando iniciámos funções há sete meses, o INEM estava desprovido dos meios humanos que são necessários para garantir a regularidade da sua operação", disse Luís Montenegro.

Sete meses não foram suficientes para resolver os problemas no INEM, mas o Presidente de República já definiu o verão como prazo para que a nova ministra resolva os problemas das urgências. Define agora, o mais rápido possível, como prazo para que se resolvam os problemas na emergência médica.

"Convém nesta matéria, no mais rápido período de tempo possível, encontrar soluções. Mais vale prevenir do que remediar. Todos os que têm responsabilidades administrativas e políticas, são chamados a tentar resolver porque os problemas multiplicam-se e agravam-se com o tempo e é urgente encontrar respostas rápidas", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas mesmo antes de as respostas começarem a aparecer, a oposição vai pedindo ao primeiro-ministro para avaliar se Ana Paula Martins é mesmo a pessoa certa para as procurar.

"O Partido Socialista (PS), na sua tradição, na sua cultura política, não pede demissão de membros do Governo, mas face ao que está a acontecer - morrem diariamente cidadãos por falta de assistência pré-hospitalar - é altura do primeiro-ministro vir a jogo, intervir e avaliar se a ministra tem condições", disse João Paulo Martins, deputado do PS.

Paula Santos do PCP, Isabel Mendes Lopes, Mariana Mortágua, Rui Rocha e André Ventura também se pronunciaram sobre o assunto.

E pela segunda vez nesta semana, Luís Montenegro tem que segurar uma ministra do seu Governo.

"Aquilo que está em causa é que a ministra da Saúde possa executar este plano de trazer a normalidade a uma situação anómala que nós encontrámos e que não é de agora. Não vou estar aqui com perspetivas de passa-culpas porque não é esse o melhor enquadramento para resolver a questão, mas, efetivamente, é um problema que nós herdámos, que queremos resolver, mas que não se resolve de um dia para o outro", disse Luís Montenegro.

A ministra da Saúde vai estar no Parlamento na próxima semana para responder sobre o Orçamento do Estado para 2025. Os problemas do INEM devem fazer parte da lista de perguntas dos deputados.