Pelo menos sete pessoas morreram, no espaço de uma semana, devido a falhas na capacidade de resposta do INEM. Ao final desta quinta-feira, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré Hospitalar (STEPH) suspendeu a greve dos técnicos de emergência médica do INEM, iniciada a 30 de outubro.
Para Francisco Goiana da Silva, o atual problema do INEM está relacionado com a posse do Governo de Luís Montenegro, em abril deste ano. Na altura, o então presidente do INEM, Luís Meira, terá entregue um memorando à atual ministra da Saúde no qual constavam vários temas prioritários. Entre eles, os concursos referentes aos helicópteros do INEM e respetivos técnicos de emergência médica.
"Relativamente ao concurso dos técnicos de emergência médica, era um tema urgente que, já ia nesse memorando, mas o concurso só foi lançado a 29 de agosto. O Governo encontrou uma situação complexa, mas também demorou algum tempo a agir sobre essa situação. Estas questões e este atraso também terá motivado a apresentação, a 1 de julho, da demissão de Luís Meira", referiu o médico e comentador da SIC.
Recorda que, Ana Paula Martins, anunciou um grupo de trabalho composto por especialistas e técnicos para refundar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - algo que, até à data, ainda está por colocar em prática.
Vera Lúcia Arreigoso frisa que é urgente atuar perante esta crise no INEM. Na opinião da jornalista do Expresso, este problema abriu uma "ferida" que levará tempo até "cicatrizar", culminando na falta de confiança dos portugueses no Sistema Nacional de Saúde (SNS).
"Nós tínhamos uma população que já não tinha um acesso fácil às urgências. Temos agora uma população que foi lesada naquilo que era a confiança e o acreditar num sistema de acesso à emergência pré-hospitalar, ou seja, ao momento em que o socorro é mais sensível", frisou Vera Lúcia Arreigoso.