As polémicas que envolvem a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e a da Administração Interna, Margarida Blasco, têm levado a críticas ao executivo de Luís Montenegro. Na opinião do comentador da SIC, Paulo Baldaia o Governo já “não está, [e] é natural que não esteja” num estado de graça.
“Primeiro, é natural que tenha tido esse estado de graça e é natural que ele se vá perdendo porque vão acumulando polémicas e quando elas têm um cariz com tem este que mostra claramente que há uma responsabilidade do Governo que já não pode ser imputada ao governo anterior (...) nas duas matérias, quer da ministra da Saúde, que da Administração Interna é responsabilidade exclusiva do Governo.”
Para corrigir a atuação das ministras, o gabinete do primeiro-ministro terá chamado um consultor de comunicação. Para o comentador da SIC, “para os Governos é sempre” necessário.
“Desta vez foi Cunha Vaz, já tinha sido Paixão Martins outras vezes com o Governo do partido socialista. Eles são os dois naquilo que fazem, eles são bons a preparar a comunicação. Há um problema de comunicação com esta ministra, com a ministra da Saúde. Mas nem um nem outro, nem Paixão Martins nem Cunha Vaz governam. Portanto pode-se ajudar os governantes a melhorar a comunicação, o que não é possível é se são incompetentes para a função serão incompetentes agora e depois de terem ‘media training’ por mais especializado que seja”.
Paulo Baldaia explica que “nesta questão não tem apenas a ver com comunicação, porque alguém que decide em setembro que só no próximo ano é que se vão resolver os problemas do INEM, não há um problema de comunicação, há um problema de perceber publicamente que o assunto é urgente ou não é”.
“Governar é definir prioridades e resolver os problemas.”
Relativamente à moção de censura do Chega ao Governo regional da Madeira, Paulo Baldaia diz que o PS, ao votar a favor, está a fazer o mesmo que acusou o PSD de fazer por aceitar o apoio do Chega para viabilizar governos regionais na Madeira e nos Açores. “Está a fazer com sinal contrário, mas está a fazer exatamente o mesmo”.
“Tanto PS como PSD julgam que estão a utilizar o Chega em seu benefício, mas não estão. O Chega é que põe e dispõe. O Chega é que diz quando é que há Governo e quando não há. (...) Na Madeira e nos Açores tem funcionado de forma diferente (...) nas ilhas, claramente, quem põe e dispõe é o Chega que decide que é que pode governar e quando é que esse Governo deixa de ser viável”.
O comentador da SIC explica que o que o “Partido Socialista está a fazer na Madeira, aprovando esta moção de censura do Chega, é claramente fazer o jogo do Chega”.
“O PSD e o PS estão, os últimos tempos em permanência, a fazer favores ao Chega que era um partido que estava com problemas desde as eleições Europeias, que estava em queda e que aproveita, obviamente, não apenas este jogo do gato e do rato entre PS e PSD para se mostrar como, com a confusão total que se vai estabelecendo, o Chega aparece, novamente, como um partido que pode fazer a diferença. ”