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Ministra da Saúde visita INEM esta terça-feira, após ser defendida pelos técnicos de emergência

Após terem chegado a acordo com a ministra, os técnicos de emergência pré-hospitalar defenderam que os casos recentes de problemas na resposta de emergência não diferem dos que aconteceram nos últimos anos. E afastaram responsabilidades da atual ministra.

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O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) suspendeu a greve, depois de assinar um acordo com o Ministério da Saúde. Agora, a estrutura sindical até elogia a ministra Ana Paula Martins, que vai, esta terça-feira, visitar o INEM.

Três dias depois de ter suspendido a greve, após a reunião no Ministério da Saúde - da qual saíram com um acordo assinado para negociarem reivindicações salariais -, os técnicos emitiram um comunicado, onde defendem que os casos recentes de problemas na resposta de emergência não diferem dos que aconteceram nos últimos anos.

"Nada de essencial se alterou na capacidade de resposta do INEM" face à acentuada diminuição de técnicos - “cerca de 500 nos últimos seis anos", apontam os técnicos de emergência pré-hospitalar, no comunicado.

Na nota divulgada, afastam também a responsabilidade da atual ministra, Ana Paula Martins, pela situação.

"Pela primeira vez em muito tempo assistimos a uma aparente vontade política na resolução estrutural e definitiva dos constrangimentos há muito existentes", aponta o sindicato, num elogio à governante.

Antes da reunião, quando a paralisação ainda durava, era de um grito de revolta que os profissionais falavam,recusando uma atribuição de culpa aos técnicos em greve pelos casos das mortes de doentes cuja assistência demorou.

Também o PSD, pela voz do líder parlamentar Hugo Soares, defendeu a ideia de que não se pode concluir que há uma relação de causa-efeito entre as mortes registadas e a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

Demissão da ministra em cima da mesa?

Ainda assim, mesmo dentro do partido que governa, ouviram-se vozes críticas à atuação da ministra da Saúde. Foi o caso do antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, que considera que Ana Paula Martins reagiu tarde, apesar de defender que a situação não se resolve com a demissão da ministra.

Há, contudo, quem se junte aos partidos que entendem que o primeiro-ministro não pode ignorar a responsabilidade de Ana Paula Martins.

A socialista Ana Gomes defendeu que a ministra já se devia ter demitido – ou, então, ter sido demitida pelo chefe de Governo.

Ana Paula Martins agendou uma visita ao INEM para esta terça-feira à tarde.