Subiu para 11 o número de mortes potencialmente relacionadas com as falhas no socorro prestado pelo INEM. O Ministério Público (MP) está a investigar quatro destas mortes. Esta segunda-feira, os técnicos de emergência pré-hospitalar defenderam que estes casos não diferem dos que aconteceram nos últimos anos, afastando responsabilidades da atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Na opinião de Francisco Goiana da Silva, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sofre de problemas a nível organizacional e estrutural que não são de agora.
O médico e comentador da SIC recorda que a entidade possuí cerca de 700 viaturas que, em caso de avaria, não estão abrangidas por qualquer tipo de urgência na sua reparação. Estas podem "demorar meses" até estarem novamente operacionais. Quanto ao processo de aquisição de novas ambulâncias, este pode "ascender até 18 meses" de espera.
"Achar que o INEM tem de estar sujeito às mesmas regras que qualquer outro tipo de organização do Estado é um problema de base e um problema que temos de assumir", sublinha.
"Nós precisamos, de facto, de uma reforma grande e estrutural do INEM", acrescenta.
Mas a quem devem ser imputadas as responsabilidades perante a situação do INEM? Francisco Goiana da Silva menciona o presidente do INEM, as secretárias de Estado da Gestão e da Saúde e a própria ministra.
"A ministra a 11 de julho anunciou um grupo de técnicos independentes para refundar o INEM. Agora não temos mais tempo, o INEM tem de ser refundado e a confiança da população tem de ser renovada sem mais demoras".
No habitual espaço de análise na SIC Notícias, Francisco Goiana da Silva analisa também a cimeira do Web Summit que decorre, até quinta-feira, em Lisboa e o uso de Inteligência Artificial (IA) na Saúde.