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ANÁLISE

"Se o SNS fosse uma empresa, ela estava em falência técnica. Gastava mais do que aquilo que recebia"

No habitual espaço de análise na SIC Notícias, Francisco Goiana da Silva analisa o défice registado, nas últimas décadas, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a verba prevista no Orçamento do Estado para 2025. O médico e comentador da SIC fala também dos dados referentes à obesidade em Portugal e os impostos sobre o tabaco e as bebidas alcoólicas.

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O Orçamento do Estado para 2025 apresenta um reforço orçamental para a área da Saúde, mas será esta verba suficiente para resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS)?

Segundo Francisco Goiana da Silva, trata-se do maior reforço orçamental "de que haverá memória na área da Saúde" em Portugal. Explica que, na última década, registou-se um aumento de 87% da despesa no Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou seja, as verbas definidas no Orçamento do Estado nunca são suficientes para compensar os gastos e as despesas acabam por ser superiores às receitas.

"Nós temos em média um défice na ordem dos 500 milhões e se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) fosse uma empresa, ela estava em falência técnica - gastava mais do que aquilo que recebia. Talvez isto não seja um problema de sub orçamentação, mas seja um problema de ineficiências arrastadas", refere o médico e comentador da SIC.
Onde é que somos ineficientes? Serviços duplicados, maternidades e serviços de urgência a mais. Serviços de urgência que competem pelos mesmo médicos e que fazem até uma competição de mercado que faz subir os preços dentro do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Há um trabalho de muito controlo que o Governo vai ter que fazer, são quisermos voltar a ter um défice de 500 milhões [de euros] como é histórico", acrescenta.

No habitual espaço de análise na SIC Notícias, Francisco Goiana da Silva analisa também o número de pessoas obesas em Portugal e o dinheiro gasto para tratar esta doença, os impostos sobre o tabaco e as bebidas alcoólicas e a sua contribuição para o aumento do número de pessoas com doenças crónicas.