Para viabilizar o Orçamento do Estado de 2025, Pedro Nuno Santos apresentou uma proposta para que 200 milhões de euros sejam usados para criar um regime de exclusividade no SNS de adesão voluntária. O secretário-geral socialista defende que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ser reformado, e que na base dessa reforma tem de estar a capacidade de atrair médicos.
Francisco Goiana da Silva defende que não é a "despejar dinheiro em cima dos problemas" que eles vão desaparecer, referindo-se à grave crise do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ao analisar a proposta socialista, o médico e comentador da SIC acredita que este não será o melhor método para resolver o problema de competitividade no setor da Saúde. Do seu ponto de vista seriam as especialidades, que não têm tanta concorrência do privado, a aderirem ao regime de exclusividade no SNS.
"Isto [regime] pode ser usado como um instrumento para resolver assimetrias e injustiças que insistem na classe médica a nível remuneratório".
"Esta verba mais do que criar regimes de exclusividade, que vão sempre fazer as pessoas escolher entre público e privado, poderia ajudar a colmatar injustiças que neste momento temos dentro da classe médica", acrescenta.
FNAM quer demissão da ministra da Saúde
Há vários meses que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e a ministra da Saúde mantém um braço de ferro. Recentemente, o sindicado representado por Joana Bordalo e Sá acusou Ana Paula Martins de "falta de diálogo e de soluções" e exigiu "um ministro ou uma ministra que perceba de saúde e consiga servir o SNS".
Francisco Goiana da Silva crítica as afirmações da FNAM que considera serem "deselegantes" e que não representam as reivindicações dos médicos.
"Há várias formas de se manifestar o seu desagradado e os meus colegas médicos têm razão em grande parte das reivindicações que fazem. Mas não me parece que o caminho para chegar a um consenso seja através deste ataque 'ad hominem'", defende o médico.
Na passada segunda-feira, o Governo e cinco Sindicatos dos Enfermeiros chegaram a acordo sobre ajustes salariais e medidas para a progressão da carreira.
Robô topo de gama já opera no Hospital Amadora-Sintra
O hospital está a realizar cirurgias de urologia com recurso a um robô topo de gama. O aparelho aumenta a precisão e a segurança e permite melhores resultados e menos tempo de internamento.
Francisco Goiana da Silva fala da importância deste tipo de investimentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). De acordo com o médico e comentador, os robôs permitem realizar "cirurgias mais minuciosas, menos invasivas e com menos complicações".
Nos últimos dois anos, Portugal passou de apenas um robô no Centro Hospitalar de Lisboa Central (2022), para 13 em todo o país. No entanto, Goiana da Silva chama a atenção para um número que não corresponde às necessidades reais.