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ANÁLISE

"Jorge Seguro Sanches vai ficar conhecido como o novo presidente indesejado"

No habitual espaço de análise na SIC Notícias, Francisco Goiana da Silva comentou a demissão por parte do Governo do Conselho de Administração da ULS Almada-Seixal e a nomeação de Seguro Sanches para presidente. Apelou também ao Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria para não "baixarem os braços" e continuarem a procurar soluções para garantir o funcionamento do maior hospital do país.

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Na semana passada, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) decidiu afastar o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS), que inclui o hospital Garcia de Orta. O anúncio da demissão terá sido feito através de uma chamada telefónica de não terá ultrapassado os "dois minutos".

Enfermeiros gestores e técnicos coordenadores manifestaram-se contra a demissão através de um abaixo-assinado. O documento foi assinado por 36 diretores de serviço do Hospital Garcia de Orta, pelos coordenadores de 23 Unidades de Saúde Familiar, 16 enfermeiros gestores e nove técnicos coordenadores.

Jorge Seguro Sanches, ex-governante socialista foi o nome escolhido para assumir as funções desempenhadas, até à data, por Teresa Luciano enquanto presidente do conselho de administração da ULS Almada-Seixal.

Na opinião de Francisco Goiana da Silva, o socialista não deveria aceitar o convite.

"A meu ver aquilo que lhe ficaria melhor [Seguro Sanches] era eventualmente assumir que não foi para isto que se disponibilizou e retirar a sua disponibilidade. Até porque, caso não o faça, vai ficar inevitavelmente conhecido como o 'novo presidente indesejado'. Governar-se, gerir-se tem de ser com as pessoas e para as pessoas. E se ele aceitar este cargo vai começar um trabalho muito difícil que é gerir contra as pessoas", refere o médico e comentador da SIC.

Um novo capítulo na história do Santa Maria

A nova maternidade do Hospital Santa Maria abriu portas, na semana passada, mas de forma faseada. A previsão é que nos primeiros dias de outubro a maternidade já funcione na totalidade. O médico e comentador da SIC recorda a reforma da maternidade desta unidade hospitalar que motivou várias demissões.

Um dos principais desafios do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria passa agora por "repovoar" a maternidade.

"Há dois desfechos possíveis: ou nós procuramos novas lideranças e eu acredito que elas existam, quer sejam no setor privado, público ou no estrangeiro, ou então baixamos os braços. Eu sou apologista da primeira opção e deixo o meu apelo ao presidente do Conselho de Administração e ao Conselho de Administração do Hospital de Santa para não baixarem os braços. Eu tenho a certeza que é possível encontrar boas e novas lideranças para começarem a escrever um novo capítulo na história do Santa Maria", frisa Francisco Goiana da Silva.