Nuno Melo foi ao Parlamento realçar as medidas tomadas para dignificar as forças armadas, como o aumento de salários e suplementos e a criação de mecanismos de apoio, incluindo para os ex-combatentes.
São mais de 3 mil milhões de euros para o setor no próximo ano, uma subida de 11%. A oposição lembra o aumento previsto no controlo da despesa.
“O seu ministério é o ministério com mais cativações em comparação com 2024. Esta decisão do Governo e do Ministério das Finanças é claramente para meter o CDS à trela do PSD”, afirmou Luís Dias, PS.
“Os senhores foram o maior desastre da defesa nacional, eu diria talvez da democracia portuguesa. Nós fizemos em sete meses o que o Partido Socialista não fez em oito anos", respondeu Nuno Melo, ministro da Defesa.
“Num ministério que é o segundo com mais cativações previstas, acredito que o senhor ministro se sinta com a liberdade de ação restringida. Direi mesmo que se poderá sentir cativo, afirmou Nuno Simões do Chega.
“A vantagem das cativações, senhor deputado, é que as descativações dependem de mim”, respondeu Nuno Melo.
Nuno Melo quis destacar que o governo está a conseguir aumentar o recrutamento nos 3 ramos das forças armadas. No Parlamento, decidiu também fazer uma revelação.
“Em 2023, o número reportado pelo Governo do Partido Socialista à NATO de investimento na defesa em percentagem do PIB foi 1,48%. Não é verdadeiro e não se confirmou. Nós acabámos de saber que afinal o número, o valor do investimento na defesa em 2023 foi de 1,34%. Estamos a falar de menos 300 milhões de euros”, afirmou Nuno Melo.
Sobre a NATO ficou reafirmado o compromisso de ser atingida a meta dos 2% do PIB em investimento até 2029. O ministro foi ainda confrontado com o tema do helitransporte de emergência médica, que disse que podia ser assegurado pela força aérea, mas que a ministra da Saúde negou.
“Qual é a informação que devemos tomar como boa”, questionou Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
“A força aérea tem competência para fazer emergência médica, a questão é que a fazê-lo tem de o planear”, explicou Álvaro Castelo Branco, secretário de estado da Defesa Nacional
O contexto internacional não faltou nesta audição. A Iniciativa Liberal elogiou a manutenção da ajuda à Ucrânia. O PCP criticou a convergência que diz ter havido entre PS, PSD e CDS na área da defesa nacional.