Depois do IRC, as pensões estão no centro do debate orçamental. O PS pôs em cima da mesa um aumento permanente que vai custar 265 milhões de euros. Pedro Nuno Santos veio desafiar os partidos do Governo a dizerem se viabilizam esta proposta. O PSD deixa claro que não é esse o caminho que prefere.
“Nós temos de ser responsáveis e foi por isso que o primeiro-ministro e o Governo deram uma palavra e a palavra do primeiro-ministro foi que havendo condições no próximo ano nós temos a intenção de pagar um novo suplemento extraordinário em cima do aumento que vamos fazer aos pensionistas e reformas”, disse Hugo Soares, líder parlamentar do PSD.
Sem o voto a favor do PSD, só com o Chega é que os socialistas conseguem dar luz verde a este aumento de pensões. Mas há outras propostas em cima da mesa, a proposta do PCP define aumentos nunca inferiores a 70 euros. Um valor que já levou a ministra do trabalho a suspeitar da existência de um poço de petróleo na Soeiro Pereira Gomes.
“Na Soeiro Pereira Gomes não há nenhum poço de petróleo, mas nós sabemos onde é que está o poço de petróleo da EDP, do BPI, da SONAE, da GALP e por aí fora. Um poço de petróleo desses está nos braços, está nas pernas, está na cabeça, está no esforço daqueles que produzem, daqueles que criam a riqueza daqueles que põem o país a funcionar” afirma Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.
Do lado do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua insiste que não está disponível para passar cheques em branco ao Governo
“O Governo pede autorização para alterar uma lei tão importante que regula todos os direitos dos trabalhadores da Administração Pública, mas não diz ao Parlamento como é que quer alterar a lei e o que quer é ue o Parlamento lhe ofereça de mão beijada um cheque em brnco para poder alterar a lei e nós não sabemos como. Diz que vai chegar a acordos com Sindicatos e depois de chegar a acordo com os Sindicatos precisa de ter uma autorização lata para poder alterar a lei como entender. Um acordo com sindicatos não altera a lei, a lei altera-se na Assembleia da República para que toda a gente saiba o que está a ser alterado”, disse Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda.
Enquanto se fazem as contas para se perceber até onde pode esticar a manta orçamental, o Presidente pede que não se deixe de lado um desígnio dos últimos anos.
“Portugal está bem, num mundo que não está bem, numa Europa com complicações, numa América Latina com complicações, Portugal está politicamente estável, Portugal está com as contas do Estado certas, mas queremos mais. Queremos mais. E convosco vamos mais longe”, afirmou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A partir desta semana a versão final do Orçamento do Estado começa a ganhar forma. A votação final global está marcada para 29 de novembro.