O Bloco de Esquerda voltou a criticar o silêncio do Governo em relação a uma possível privatização do INEM. Mariana Mortágua condena a falta de esclarecimentos da ministra da Saúde. Para o partido, é essencial que o Executivo concentre esforços na resolução da escassez de recursos humanos, com o reforço na contratação de mais profissionais para o INEM.
Por outro lado, Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, considera a privatização do INEM um "fantasma" criado pela esquerda, mas mantém a exigência de mudanças no Ministério da Saúde. O líder dos liberais acusa o primeiro-ministro de evitar esclarecimentos e insiste na demissão da secretária de Estado da Gestão da Saúde e do presidente do INEM.
"Não percebemos o que é que ainda está a fazer o diretor de INEM em funções e o que é que está afazer a secretária de Estado da Gestão da Saúde", afirmou.
Embora na oposição já se tenham ouvido vários pedidos de demissão da ministra Ana Paula Martins, incluindo do Partido Socialista, Bloco de Esquerda e Chega, a Iniciativa Liberal prefere esperar por mais desenvolvimentos. Rui Rocha, no entanto, pede alterações profundas, tanto no Ministério da Saúde como na forma como o caso tem sido gerido pelo PSD e pelo primeiro-ministro.
"Os dados são suficientes para percebermos que não podem continuar em funções. É, aliás, incompreensível como é que estamos nesta situação já praticamente há duas semanas e tudo aquilo que acontece da parte do primeiro-ministro é fugir à resposta e às explicações. Parece-nos que a cada dia que passa piora a situação, creio que era preciso dar um sinal de reorganização das equipas, começando pela secretária de Estado e pelo diretor do INEM", referiu.
A possibilidade de privatização do INEM foi recentemente desmentida pelo líder parlamentar do PSD, mas o tema continua a alimentar o debate político e a gerar críticas à atuação do Governo.