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Declarações sobre violência doméstica foram "momento frágil" do "verdadeiro Luís Montenegro"

Luís António Santos, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, diz que vão aparecendo "mais detalhes e fragilidades" do "verdadeiro" Luís Montenegro. É uma reação às declarações do primeiro-ministro sobre as vítimas de violência doméstica, que foram já criticadas pelo PS. Na SIC Notícias, o especialista analisou ainda o Orçamento do Estado e as eleições presidenciais.

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Luís António Santos, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, considera que as declarações de Luís Montenegro sobre as vítimas de violência doméstica foram um "momento frágil". Já sobre a aproximação do PS e do Chega defende que o Governo pode tirar "vantagem política". Em relação às presidenciais, diz que é "inevitável" que candidatos se comecem a chegar à frente.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, mostrou-se convicto de que o aumento dos casos de violência doméstica se deve ao facto de haver mais denúncias e não a um "aumento real". Declarações que levaram a críticas do líder do PS, Pedro Nuno Santos, que acusa o chefe do Executivo de ligeireza e falta de respeito pelas vítimas.

Na SIC Notícias, Luís António Santos considera que foi um "momento frágil" para Luís Montenegro.

"Terá querido dizer que o número será muito superior só que os casos não chegam ao conhecimento público. Mas para um homem que todos reconhecemos com dotes comunicacionais acima da média foi um momento frágil", afirma o especialista.

O professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho considera que, com os meses a passar, parece que se vai "diluindo uma imagem que eventualmente as máquinas de campanha criaram do candidato". Nesse sentido, vão aparecendo "mais detalhes, nuances e fragilidades do verdadeiro Luís Montenegro". Isso acontece com "todos os líderes políticos".

Já sobre o Orçamento do Estado, Luís António Santos diz que o aumento permanente de pensões é "claramente uma vitória" para quem vai ter esse aumento. Do ponto de vista político, é também uma vitória para o PS e para o Chega, que "parece que se vai associar a essa medida".

Contudo, o professor defende que o Governo pode tirar "vantagem política" num momento "mais adiante", uma vez que pode dizer: "Estão a ver? Sempre que é preciso o PS alia-se ao Chega e o Chega ao PS".

Já sobre as eleições presidenciais, considera "inevitável" que "muita gente se faça ao caminho".

"É como uma bola de neve. A partir do momento em que alguém entra e se chega à frente, os outros sentem que podem estar a perder tempo".

Na SIC Notícias, Luís António Santos refere ainda que, apesar de haver eleições autárquicas antes, para as presidenciais os são os indivíduos, em vez de os partidos, que se apresentam como candidatos.

Sinaliza ainda que há "alguma agitação à direita", contudo, à esquerda, Pedro Nuno Santos também já veio dizer que é "tempo dos candidatos" para que estes se cheguem à frente.